segunda-feira, 18 de julho de 2011

O MÉDIUM


O médium é o elo mais frágil de uma corrente espiritual porque muitas das suas dificuldades materiais ou desequilíbrios emocionais interferem no seu desenvolvimento mediúnico ou suas práticas espirituais.
As dificuldades materiais são: o desemprego, dívidas, insatisfação com o atual emprego, dificuldades nos negócios, empreitadas que não dão certo, prejuízos inesperados, doenças familiares, etc. Os desequilíbrios emocionais são: discórdias familiares insolúveis, rebeldia, imaturidade para entender sua mediunidade, incapacidade em lidar com os aspectos mediúnicos de sua religiosidade, gênio agressivo, não atenção ao seu mediunismo, que afeta seu sistema nervoso, impetuosidade, desarmonias domésticas, incapacidade de assumir uma postura “íntima” de respeito às normas dos templos, não assimilação natural das orientações doutrinárias, fobias, etc.
Saibam que as dificuldades materiais são temporárias e, assim que o médium superá-las, recuperará seu entusiasmo e desejo de ser útil aos seus semelhantes.
Já os desequilíbrios emocionais são de difícil solução porque, em certos aspectos, as pessoas não se apercebem da existência deles, e até acham que é implicância dos outros, quando os alertam para que se trabalhem e aperfeiçoem-se nos campos onde mais eles são visíveis. Até tem aqueles que, caso insistamos nos alertas, revoltam-se e começam a vibrar ódio ou antipatia por quem só os está alertando porque quer vê-los bem e em harmonia com a vibração da corrente sustentadora dos trabalhos espirituais.
Normalmente, o médium novo vai sendo modelado pelo comportamento dos mais velhos. Mas, por possuir sua natureza íntima, também vai modelando-a segundo o novo em sua vida que lhe está sendo mostrado.
A partir destas duas “modelagens” aflorará um médium equilibrado e capaz de manter sua individualidade e integrá-la naturalmente à corrente a que pertence. 
E mesmo os espíritos que irão atuar através do novo médium terão que adaptar-se à corrente que os recebeu e os aceitou como seus novos membros.
Então é comum surgirem insatisfações de ambos os lados e tanto a corrente espiritual quanto os doutrinadores, o novo médium e seus Guias, costumam chocar-se, pois o novo tem dificuldade em submeter-se ao mais velho, tanto quanto este tem dificuldade em lidar com quem não se “enquadra” automaticamente numa postura e comportamento já sedimentado no tempo e tido como norma de conduta dentro do espaço religioso construído a duras penas e sustentado com muito esforço pela corrente espiritual e pelos médiuns mais antigos, que há anos estão sustentando com amor e dedicação integral todo um trabalho em benefício da coletividade.
O médium novo, ou se intimida e bloqueia seu próprio desenvolvimento mediúnico e sua efetiva integração ao corpo mediúnico da casa, ou tenta impor dentro dela, seus distúrbios comportamentais e seus vícios emocionais, também se desarmonizando e bloqueando o aflorar natural de duas faculdades mediúnicas.
Temos também o caso de médiuns experientes, mas que não adquiriram maturidade, e que por isso mesmo, tentam impor aos mais novos sua vasta experiência, esquecendo-se de que ela é sua e só sua, e não pode ser passada integralmente ao médium novo, pois este só conseguirá internalizar e incorporar as experiências espirituais que vier a vivenciar em si ou através de si.
Temos também o caso dos médiuns que já realizaram outras práticas místicas, iniciáticas ou espiritualistas, e, ao invés de guardá-las para si até incorporarem novas práticas, já aprovadas e comprovadamente eficazes pelo espiritismo de Umbanda, tentam remodelá-las, ou seja, tentam adaptar as práticas de Umbanda às suas práticas espiritualistas anteriores. 
Com isso, criam uma miscelânea que só na cabeça deles está ordenada, se é que está, mas para os que o acolhem tudo parece confuso. Mas, se isto acontece, é porque temos dificuldades em entender oi universo religioso como muito parecido com o de um estudante universitário que deixou de estudar química e começou a estudar matemática pura. Neste caso, tanto a química quanto a matemática pura lidam com valores, mas aplicados em campos diferentes. Embora se assemelhem porque lidam com “números”, no entanto, eles não estão dizendo a mesma coisa.
Então o médium já desenvolvido, que por alguma razão trocou de centro, tem de entender que mudou o campo onde aplicava seus valores e entrou em outro onde eles não têm a mesma grandeza ou aplicação, pois no novo centro eles têm a grandeza e as aplicações que lhes deu quem os desenvolveu.
O correto, neste caso, é o médium incorporar os novos valores e suas aplicações, e enriquecer ainda mais suas práticas espirituais, pois sempre terá em si mesmo os seus antigos valores espirituais. O errado é não só não absorver os novos valores da casa que o acolheu, adaptando-se às suas normas comportamentais, como ainda tentar impor os seus a quem já está com seus valores “assentados”.
Recomendamos a quem está entrando em uma casa, que primeiro a conheça e às suas práticas espirituais, assim como, absorva-as e integre-as às suas, e só depois de aceito e integrado plenamente às correntes mediúnica e espiritual, aí sim, ofereça seus valores para apreciação. E caso sejam aceitos como positivos e fortalecedores das práticas aí já realizadas antes de sua chegada, então serão absorvidos e integrados naturalmente às práticas da casa que o acolheu. 
Uma outra recomendação que fazemos aos médiuns, tanto aos novos quanto aos mais antigos, é que vigiem seus pensamentos em relação a tudo e a todos, pois a espiritualidade os ouve e seu próprio mentor aplicará corretivos religiosos, caso o médium vibre antipatia por seus irmãos de fé, caso fique “fuxicando” pelas costas de alguém de quem não gosta, caso fique vaidoso, soberbo, etc.
Se um mentor, que é um espírito de alta evolução, se digna incorporar num corpo físico, às vezes cheio de toxinas nocivas ao seu sutilíssimo corpo energético, com certeza não aceitará incorporar em um médium cujo mental é um depósito de pensamentos negativos. E aí, a solução é o mentor lançar mão de um recurso extremo, que é confiar seu médium a um espírito pouco evoluído, para que este cuide dele, pois ainda suporta a vibração de pensamentos negativos. Mas, em último caso, o mentor recolhe-se à sua faixa vibratória na Luz e confia o seu médium à Lei Maior e à Justiça Divina, que o assumirá efetivamente, e daí em diante o médium só irá incorporar espíritos afins com seu padrão vibratório e moral. E quase sempre são “eguns” fora da Lei que atuam nesses médiuns ou são quiumbas, obsessores, zombeteiros, perseguidores, vingativos, etc., que levarão o médium a um tormento ou ao descrédito. E não raro, após este recolhimento do mentor, o médium que foi reprovado entra numa fase de descrença e desencanto com sua mediunidade, afastando-se dos centros. Então vá procurar auxílio em alguma outra religião onde qualquer contato com o mundo espiritual é condenado.
Saibam que Deus não desampara ninguém em momento algum, e recolhe Seus filhos médiuns nestas religiões contrárias às manifestações mediúnicas para dar-lhes Seu amparo e redirecioná-los na evolução religiosa. Sim, é um amparo divino e ajuda o médium no sentido de “reeducar-se”. Assim ele voltará a manifestar o êxtase mediúnico e a ficar mediunizado, mas sob uma nova explicação para o fenômeno da sua mediunidade: fica possuído pelo “Espírito Santo de Deus”. 
O fato é que continuam incorporando ou ficando mediunizados, mas o processo tem uma nova explicação, e não raro são ótimos médiuns de apoio aos seus sacerdotes, que também são médiuns fugitivos ou inconscientes de sua mediunidade.
Portanto, recomendamos isto a você, médium novo ou médium já amadurecido: vigie-se e procure conhecer-se. Descubra se está integrado à corrente mediúnica que o acolheu e se foi aceito pela corrente espiritual do centro que freqüenta.
Seja um médium consciente dos seus deveres, pois mediunidade é sinônimo de sacerdócio e trabalho espiritual é sinônimo de atuação dos espíritos santificados no respeito e fé em Deus, e no amor à humanidade, pela qual continuam a trabalhar mesmo vivendo no mundo dos espíritos.
Médium, saiba que você, inconscientemente, pode ser o elemento de desagregação de correntes de trabalhos espirituais, caso não domine seus instintos, sua intolerância para com a deficiência alheia, sua incapacidade de entender como um sacerdócio essa sua mediunidade, e insista num comportamento desrespeitoso e numa postura anti-religiosa.
Lembre-se que seus irmãos encarnados não têm como ver seu íntimo e nem podem ouvir seus pensamentos. Mas, tanto Deus quanto seus mentores podem, e tudo farão para auxiliá-lo neste seu sacerdócio.Mas, caso você insista em um comportamento “mundano” e numa postura “anti-religiosa” dentro de uma corrente espiritual, com certeza só incorporará espíritos “imundos” e movidos pelo desejo de desagregarem os centros espíritas, pelo ódio que sentem da Luz por terem se coberto com o sombrio manto da ignorância acerca das formas de Deus atuar em nossa vida religiosa.
Médium novo ou já amadurecido, lembre-se que mediunidade é sacerdócio, e caso não consiga ser um “grande” médium, ao menos tente ser um ótimo exemplo de religioso, pois Deus o recompensará com Seu divino e amoroso amparo religioso. 
Quanto aos médiuns que só têm voz para criticar os trabalhos espirituais ou seus irmãos na corrente mediúnica, estes estão perdendo seu tempo, porque a luz que conquistam durante os trabalhos, perdem-na com o desserviço que prestam às trevas da discórdia.
Quanto aos que acham que já fazem muito, indo só aos trabalhos espirituais e não se preocupando com as necessidades da casa ou dos seus irmãos, na mesma medida receberão da espiritualidade em geral, e dos seus mentores, quando suas provações os assoberbarem.
Médium, reflita porque a harmonia da casa que você freqüenta depende do seu equilíbrio emocional e mental e também de muito bom senso, porque mediunidade é um sacerdócio espiritual.

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