quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Iansã

Iansã

Nenhum vento poderá desviar a minha barca, nenhum raio mudará o meu caminho...
Oiá e Iansã (entre os Nagôs), Sobô (jejes), Matamba (angolas), Nunvurucoma buva (congos), Bamburucema (bantos em geral. Divindade do Rio Oiá (Niger).
Senhora da Tarde, Dona dos Espíritos, Carregadeira de Ebó, Senhora dos Ventos, Raios e das Tempestades. Esses e alguns outros são os nomes desta grande Obirinxá (Orixá fêmea). Rainha dos raios, dos ciclones, furacões, tufões, vendavais, é um orixá do fogo, guerreira e poderosa. Ela é a Mãe dos eguns (espíritos dos mortos), guia dos espíritos desencarnados, deusa dos cemitérios. É ela que servirá de guia, ao lado d e Obaluaiê, para aquele espírito que se desprendeu do corpo. É ela que indicará o caminho a ser percorrido por aquela alma. Comanda a falange dos Boiadeiros. Oiá relaciona-se com todos os elementos da natureza. A água, sob a forma de chuva, de tempestade. O ar, sob a forma do vento da tempestade, que arranca árvores, derruba casas. No seu aspécto benéfico, foi o ar de Iansã que espalhou as plantas medicinais, anteriormente guardadas pro OSSAIN numa cabaça. Ligada a floresta, ela se transorma num búfalo, cervo ou elefante. Propicia a caça abundante. Mas sua essência é o movimento e o fogo, é o Orixá do raio. Esta relação com o movimento e o fogo faz de Iansã uma divindidade do sexo e do amor. Ela é rainha por ser a predileta de Xangô. E por ser mãe e rainha dos EGUNS, é o único orixá que não tem medo dos mortos. Seu número é o nove, produto de 3 x 3 - o par Inicial mais um, indicando continuação -- puro movimento. Ela usa uma espada de cobre e um "espanta moscas"- o eruexim -, com o qual mantém os Eguns afastados.
Oiá, filha de Iemanjá com Oxala é mais conhecida no Brasil como Iansã, foi uma princesa real na cidade de Irá, na Nigéria, em 1450 a. C. Sobrinha-neta do rei Elempe, e neta de Torôssi (mãe de Xangô), conquistou com valentia, coragem e dedicação seu caminho para o trono de Oió.
Conhecedora de todos os meandros da magia encantada, Oiá nunca se deixou abater por guerras, problemas ou disputas. Nobre guerreira, jamais tripudiou sobre inimigos e rivais vencidos.
Oiá foi a primeira e a mais fiel das três mulheres de Xangô – que era seu primo – e ajudou-o a conquistar os reinos que foram anexados ao império ioruba. Porém quando ele tentou invadir Nupe e Tapa, onde Oiá havia nascido, ela o abandonou e postou-se na entrada daquelas cidades disposta a enfrentá-lo. Como nem mesmo Xangô ousou desafiá-la, ninguém passou. Oiá é a menina dos olhos de Oxalá, seu protetor, a única divindade que entra no Ibalé de Egum (mortos), por seu poder e omnisciência. Oiá foi a primeira entidade feminina a surgir nos cultos negros. Quando Xangô morreu, antes de se transformar num orixá, sua mulher chorou tão copiosamente que as lágrimas formaram o grande rio Oiá (Niger) do qual ela se tornaria deusa.
Como foi relatado atrás, Oiá era antes mulher de Ogun, encarregando-se de acionar o fole que atiçava o fogo da forja. Seduzida por Xangô, Oiá fugiu com ele. Ogun perseguiu os fugitivos e, quando tocou Oiá com sua vara mágica de ferro, ela foi dividida em nove partes e recebeu o nome de Iansã, "a mãe (transformada em) novo".
Embora tenha sido esposa de Xangô, Oia percorreu vários reinos. Foi paixão de Ogum, Oxaguian, Exu. Conviveu e seduziu Oxóssi, Logun-Edé e tentou, em vão, relacionar-se com Obaluaiê. Em Ifê, terra de Ogum, foi a grande paixão do guerreiro. Aprendeu com ele e ganhou o direito do manuseio da espada. Em Oxogbo, terra de Oxaguian, aprendeu e recebeu o direito de usar o escudo.
Deparou-se com Exu nas estradas, com ele se relacionou e aprendeu os mistérios do fogo e da magia. No reino de Oxóssi, seduziu o deus da caça; aprendendo a caçar, tirar a pele do búfalo e se transformar naquele animal com a ajuda da magia aprendida com Exu. Seduziu o jovem Logun-Edé e com ele aprendeu a pescar.
Oiá partiu, então, para o reino de Obaluaiê, pois queria descobrir seus mistérios e até mesmo conhecer seu rosto, mas nada conseguiu pela sedução. Porém, Obaluaiê resolveu ensinar-lhe a tratar dos mortos. De início, Oiá relutou, mas seu desejo de aprender foi mais forte, aprendeu a conviver com os eguns e controlá-los. Partiu, então, para Oió, reino de Xangô, e lá acreditava que teria o mais vaidoso dos reis, e aprenderia a viver ricamente. Mas, ao chegar ao reino do deus do trovão, Oiá aprendeu muito mais. Aprendeu a amar verdadeiramente e com uma paixão violenta, pois Xangô dividiu com ela os poderes do raio e deu a ela o seu coração. O fogo é o elemento básico de Oiá. O fogo das paixões, da alegria, o fogo que queima. E aqueles que dão uma conotação de vulgaridade a essa belíssima e importantíssima divindade africana, são dignos de pena e mais dignos ainda, do perdão de Oiá-Iansã.
Recebendo de Xangô, para guardar, o restante do poderoso alimento mágico dado por Oxalá, Iansã também comeu dele e, como o marido, passou a expelir labaredas pela boca, quando falava. Este mito une Iansã e Xangô, fazendo dela também um orixá do fogo.
Altiva, dinâmica, implacável, Iansã participa dos combates, ao lado do turbulento marido. Manifestada no candomblé, usa uma espécie de turbante enfeitado, com uma franja de contas sobre o rosto e, na parte posterior, uma fita larga que pende de um laçarote. Uma grande faixa (ojá) termina atada na frente, sobre o busto. Iansã dança marcialmente, o alfange em punho e, quando cruz com Ogun terça armas com ele, como num bailado de pirrica. Na outra mão, Iansã leva o eruexim, espanador feito com pêlos de rabo de cavalo, que serve para varrer as almas do mortos.
Além do alfange e do eruexim, são símbolos da deusa os chifres de búfalo. Conta um mito etiológico que Ogun, caçando na floresta, ia matar um búfalo, quando o animal retirou a pele e surgiu uma linda mulher. Era Oiá-Iansã. Ogun apaixona-se por ela, acaba se casando e têm nove filhos. As outras mulheres de Ogun, enciumadas, descobrem o segredo e começa a ridicularizar a deusa. Este veste a pele, assume outra vez a forma de búfalo e mata as mulheres ciumentas. Depois deixa os chifres com os filhos, dizendo: "Quando necessitarem, batam um chifre contra o outro e eu virei socorrê-los". É por essa razão que os chifres de búfalo estão sempre nos lugares consagrados a Oiá-Iansã.
Emblemas e Armas de Oiá.
Senhora do fogo, dos raios e da guerra, é ela quem traz as tempestades e a ventania para varrer a maldade humana da face da Terra. Iansã andava pelo mundo se aventurado, onde quer que ela soubesse haver algo impossível para se fazer, lá estava ela se propondo a obter mais uma conquista.
Filha de Afefé com Iroco e irmã gêmea de Obá, Iansã é aquela que gosta de participar de tudo, é vingativa com aqueles que não sabem respeitá-la, porém não mede esforços para agradar quem a reverencia.
Protetora dos bombeiros e todas as mulheres guerreiras.
Iyá-mesan-òrun , seu Oríki, "mãe dos nove órun", Yásan.
Conhecida no Brasil como Yansã, cujo nome advém de algumas formas prováveis: Oyamésàn - nove Oyas; usado como um dos nomes de Oya
Ìyá omo mésàn, mãe de nove crianças, Iansã , que da lenda da criação da roupa de Egúngún por Oyá.
Ìyámésàn "a mãe (transformada em) nove", que vem da história de Ifá, da sua relação com Ogun.
Observe-se que em todas as formas, está relacionada com o número 9, indicativo principal do seu odú.
Está associada ao ar, ao vento, a tempestade, ao relâmpago/raio (ar+movimento e fogo) e aos ancestrais (eguns). Na Nigéria ela é a deusa do rio Niger. Principal esposa de Xangô, impetuoso, guerreira e de forte personalidade, também rainha dos espíritos dos mortos, sendo reverenciada no culto dos eguns. Em yorubá, chama-se Odò Oya.
Diz uma das lendas que Oya lamentava-se de não ter filhos, uma situação conseqüente da sua ignorância a respeito das suas proibições alimentares. Embora lhe fosse recomendado comer cabra, ela comia carneiro. Foi consultar um babalaô, que informou seu erro, lhe aconselhando a fazer oferendas, entra as quais deveria haver um tecido vermelho. Este pano, mais tarde, haveria de servir para confeccionar as vestimentas dos Egúngún. Tendo cumprido essa obrigação, Oya tornou-se mãe de nove crianças.
Suas contas são vermelhas ou tijolo, o coral por excelência, o monjoló (uma espécie de conta africana, oriunda de lava vulcânica). Seus símbolos são: os chifres de búfalo, um alfanje, adaga, eruesin[eruexin] (confeccionado com pelos de rabo de cavalo, encravados em um cabo de cobre, utilizado para "espantar os eguns").
Afefe, o vento, a tempestade, acompanha Oya.


QUALIDADES:

1) Oya Biniká;
2) " Seno;
3) " Abomi
4) " Gunán
5) " Bagán
6) " Onìrá
7) " Kodun
8) " Maganbelle
9) " Yapopo
10) " Onisoni
11) " Bagbure
12) " Tope
13) " Filiaba
14) " Semi
15) " Sinsirá
16) " Sire
17) " Gbale ou Igbale (aquela que retorna à terra) se subdividem em:
a) Oya Funán
b) " Fure
c) " Guere
d) " Toningbe
e) " Fakarebo
f) " De
g) " Min
h) " Lario
i) " Adagangbará
Essas Oya, estão ligadas ao culto dos mortos, quando dançam parecem expulsar as almas errantes com seus braços. Tem forte fundamento com Omulu , Ogun e Exú.
A VITÓRIA CONTRA OS EGUNS

Divindade ctoniana, Iansã tem ligações com o mundo subterrâneo, onde habitam os mortos, sendo o único orixá capaz de enfrentar os eguns. Entre as dezessete individuações da multifária Iansã, uma delas é como deusa dos cemitérios.
O sacerdote dos eguns, o babalogê, só consegue ligação com o reino dos defuntos mediante a interferência de Iansã. Quando, no candomblé funerário de Itaparica, o chão é fustigado com o ixã, o chicote listado de branco, é para trazer os mortos para a superfície da terra, onde Iansã os aguarda. Iansã, porém, não guia os eguns, não conduz as almas: isso é tarefa de Exu, o psychopompos. A relação de Iansã é de luta. Ela combate os eguns e sempre vence, assegurando, assim, a supremacia dos orixás sobre o universo e os seres de qualquer natureza.
Além do contato com os mortos, Iansã também favorece a fecundidade, atributo inerente aos deuses ctonianos. Deusa das tempestades, contribui para a fertilidade do solo. Divindade eólica, sopram os ventos que afastam as nuvens, para a passagem dos raios desferidos por Xangô. E é o raio que abre os reservatórios do céu, para fazer cair a chuva, relação comum em todas as mitologias. Num mural descoberto em Tepantitla, no México, aparece, em seu império líquido, o deus da chuva Tlaloc, com o raio que engendra os cogumelos sagrados, que brotam da terra-mãe.
REGÊNCIAS
 
Atributos
O alfange, o eruexim e chifres de búfalo.


Dia
Quarta-feira, juntamente com Xangô.


Festa
4 de dezembro, dia de Santa Bárbara, com quem está identificada.


Cores
Ela usa a sua roupa de saia rodada nas cores de marrom-avermelhado, um adê com lindos filás de contas na cabeça, colares de miçangas no pescoço. Usa também o vermelho e branco, branco com rosa, estampado com vermelho.


Colares:
Contas grenás ou fio de coral ou miçangas marrons, banhado em água de verbena.


Sacrifícios
Cabra, galinha e galinha-d'angola (conquem).


Comidas rituais
Acarajé e abará. Detesta abóbora. Tem horror a carneiro.


Oferendas
Acarajé, ecuru, romã, oferecidos no mato.


Frutas
Manga rosa, uvas, pêra, maçã morango, melão laranja, banana, figo, ameixas, romã, grosselha, pêssego, pitanga, framboesa e cajá.


Bebidas
suco das ervas e dos frutos, além da água da chuva e champanha
Flores: São as que tenham a coloração coral de preferência e outras como a dracena, a papoula, rosas vermelhas e crisântemo, e o gerânio.


Folhas
Para-raio, louro, flor de coral, brinco de princesa, manga rosa, peregum(vermelho), pata de vaca, umbauba (vermelha), anis, língua de vaca, sensitiva, espada de Iansã (borda amarela), bambu, periquitinho, amoreira.


Quizília
folhas secas, lagartixa.


Força da natureza
Ossários, jardins, caminhos, cumes, vento.


Mineral
Coral e cobre ou prata.


Pedras
Rubi, coral, granada.


Perfumes
Verbena, drástico vermelho, violeta, madeira, Shoking de Skiaparelli.


Como usar
Passar no corpo alternadamente, às quartas e sextas-feiras.


Filhos famosos
Helena de Tróia, Joana D'Arc, Santa Bárbara. Anita Garibaldi.


Assentamento
Pedra do raio ou do fogo e búzios.


Símbolo
Rabo de cavalo e espada.


Saudação
Eparreyi (ÊPA-HEI! - o "H" é aspirado). A saudação EPA-HEI OYÁ quer dizer : Olá, jovial e alegre Oyá).

COMIDA DE SANTO
Material Necessário:
Pepinos; um prato de barro; azeite-de-dendê;folhas de louro; uma vela branca.
Como fazer:
Preparar uma salada de pepinos cortados em rodelas. Colocar no prato de barro. Ornar com as forlhas de louro. Regar com azeite-de-dendê. Acender a vela e oferecer ao Orixá.

IANSÃ NA UMBANDA

Iyabá das mais poderosas, Iansã, no entanto, goza de projeção inexpressiva na umbanda. Não é sequer dona de uma das 7 linhas dos santos umbandistas, aparecendo apenas, subsidiariamente, como cabeça da principal legião da "linha de Xangô". Alguns pontos cantado relembram, também nos terreiros, essa íntima ligação entre as duas divindades:
"Bateram na porta
Alguém me chamou
Era Xangô da lei maior
Na cangira de Iansã
Ialó da lei maior (bis)."
As oferendas para Iansã são deixadas no mesmo cenário que as de Xangô, local onde também se cumprem as "obrigações": uma pedreira, junto de uma cachoeira ou curso d'água encachoeirado.
As cores de Iansã variam, de acordo com os lugares e terreiros: cor-de-rosa ou coral ou branco ou amarelo. Os colares são de contas amarelas, mas também sofrem variações.
Palmas - folhas de uma palmeirinha - são levadas pelos católicos às igrejas e benzidas pelo sacerdote, em cerimônia que evoca o domingo em que Jesus entrou em Jerusalém e o povo agitava ramos, saudando festivamente. O povo liga a palma do Domingo de Ramos a Iansã-Santa Bárbara: queimada, durante as tempestades, protege dos raios.

CÂNTICOS
Oi, Iansã, menina dos cabelos loiros
Onde é a sua morada?
É na mina de ouro
Minha Santa Bárbara
Virgem da Coroa
Pelo amor de Deus, Santa Bárbara,
Não me deixe à toa
Minha Santa Bárbara
Virgem da Coroa
A Coroa é dela Xangô
É da pedra de ouro
Iansã tem um leque de penas
Pra abanar em dia de calor
Iansã tem um leque de penas
Pra abanar em dia de calor
Iansã mora nas pedreiras
Eu quero ver meu pai Xangô
Iansã mora nas pedreiras
Eu quero ver meu pai Xangô




Santa guerreira que ao meu lado caminha
Com sua espada de ouro e sua taça na mão
És para mim toda beleza, venero sua beleza
Guardo-a em meu coração, quando ela roda
Sua saia irradia, Deusa da Ventania
É a Rainha Trovão com meu Pai Xangô
Iansã fez a morada, ela roda ua saia
No romper da madrugada
Eparrei Ioiá
Saravá Iansã, ela é Rainha, é Orixá
Para pedir proteção e se livrar de quaisquer problemas: Oferecer nove acarajés em um bambuzal à Grande Senhora.
 
FONTE:http://www.mulhernatural.hpg.ig.com.br/trablux/iansa.htm

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Por que o mal predomina na Terra?

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Por que o mal predomina na Terra?
Porque os bons são tímidos. É hora de vencer a timidez espiritual e sermos mais arrojados na execução do bem.
Mas para tal faz-se necessário o conhecimento e discernimento que a maior parte dos encarnados ainda não têm.
Portanto é imprescindível estudar e colocar em prática a experimentação espiritual bem conduzida por dirigentes que saibam fazê-lo.
União sem fusão... distinção sem separação.

SEU JOÃO CAVEIRA

João Caveira é o nome de um exú (entidade espiritual) da Quimbanda e Umbanda brasileira. O sr. João Caveira é o exú responsável pelo encaminhamento das almas (espiritos desencarnados) que vagam nos cemitérios.
É representado por um homem carregando um crânio humano. É o exú que lembra às almas suas condições humanas. Normalmente é associado ao portão do cemitério (calunga), mas sua ação dentro do mundo das almas vai mais além. Suas manifestações mediúnicas são, na maioria das vezes, violentas. É uma entidade séria e de poucas palavras (indo diretamente ao assunto). João Caveira pode vir através da falange do Exu Caveira, Exu Táta Caveira ou Omulú. Em cada uma delas suas manifestações são diferentes assim como sua evolução.
Nem todos os Exús são violentos como diz a matéria abaixo. Na maioria deles são calmos e vem só para trabalhar e ajudar a quem precisa. Ao contrário tem casas que utilizam eles somente para o mal. Aqui segue um pouco mais da história de como surigam os Exús. Abraço para todos.
Caveira é um exu, ou seja, uma entidade que trabalha na através da incorporação de médiuns.
Antes de ser uma entidade, Caveira viveu na terra física, assim como todos nós. Acreditamos que nasceu em 670 D.C., e viveu até dezembro de 698, no Egito, ou de acordo com a própria entidade, "Na minha terra sagrada, na beira do Grande Rio".
Seu nome era Próculo, de origem Romana, dado em homenagem ao chefe da Guarda Romana naquela época.
Próculo vivia em uma aldeia, fazendo parte de uma família bastante humilde. Durante toda sua vida, batalhou para crescer e acumular riquezas, principalmente na forma de cabras, camelos e terras. Naquela época, para ter uma mulher era necessário comprá-la do pai ou responsável, e esta era a motivação que levou Próculo a batalhar tanto pelo crescimento financeiro.
Próculo viveu de fato uma grande paixão por uma moça que fora criada junto com ele desde pequeno, como uma amiga. Porém, sua cautela o fez acumular muita riqueza, pois não queria correr o risco de ver seu desejo de união recusado pelo pai da moça.
O destino pregou uma peça amarga em Próculo, pois seu irmão de sangue, sabendo da intenção que Próculo tinha com relação à moça, foi peça chave de uma traição muito grave. Justamente quando Próculo conseguiu adquirir mais da metade da aldeia onde viviam, estando assim seguro que ninguém poderia oferecer maior quantia pela moça, foi apunhalado pelas costas pelo seu próprio irmão, que comprou-a horas antes. De fato, a moça foi comprada na noite anterior à manhã que Próculo intencionava concretizar seu pedido.
Ao saber do ocorrido, Próculo ficou extremamente magoado com seu irmão, porém o respeitou pelo fato ser sangue do seu sangue. Seu irmão, apesar de mais velho, era muito invejoso e não possuía nem metade da riqueza que Próculo havia acumulado. A aldeia de Próculo era rica e próspera, e isto trazia muita inveja a aldeias vizinhas. Certo dia, uma aldeia próxima, muito maior em habitantes, porém com menos riquezas, por ser afastada do Rio Nilo, começou a ter sua atenção voltada para a aldeia de Próculo.
Uma guerra teve início. A aldeia de Próculo foi invadida repentinamente, e pegou todos os habitantes de surpresa. Estando em inferioridade numérica, foram todos mortos, restando somente 49 pessoas.
Estes 49 sobreviventes, revoltados, se uniram e partiram para a vingança, invadindo a aldeia inimiga, onde estavam mulheres e crianças. Muitas pessoas inocentes foram mortas neste ato de raiva e ódio. No entanto, devido à inferioridade numérica, logo todos foram cercados e capturados.
Próculo, assim como seus companheiros, foi queimado vivo. No entanto, a dor maior que Próculo sentiu "não foi a do fogo, mas a do coração", pela traição que sofreu do próprio irmão, que agora queimava ao seu lado.
Esta foi a origem dos 49 exus da linha de Caveira, constituída por todos os homens e mulheres que naquele dia desencarnaram.
Entre os exus da linha de Caveira, existem: Tatá Caveira, João Caveira, Caveirinha, Rosa Caveira, Dr. Caveira (7 Caveiras), Quebra-Osso, entre muitos outros. Por motivo de respeito, não será indicado aqui qual exu da linha de Caveira foi o irmão de Tatá enquanto vivo. Como entidade, o Chefe-de-falange Caveira é muito incompreendido, e tem poucos cavalos. São raros os médiuns que o incorporam, pois tem fama de bravo e rabugento. No entanto, diversos médiuns incorporam exus de sua falange.
Caveira é brincalhão, ao mesmo tempo sério e austero. Quando fala algo, o faz com firmeza e nunca na dúvida. Tem temperamento inconstante, se apresentando ora alegre, ora nervoso, ora calmo, ora apressado, por isso é dado por muitos como louco.
No entanto, Caveira é extremamente leal e amigo, sendo até um pouco ciumento. Fidelidade é uma de suas características mais marcantes, por isso mesmo Tatá não perdoa traição e valoriza muito a amizade verdadeira. Considera a pior das traições a traição de um amigo.
Em muitas literaturas é criticado, e são as poucas as pessoas que têm a oportunidade de conhecer a fundo Caveira Chefe-de-falange. O cavalo demora a adquirir confiança e intimidade com este exu, pois é posto a prova o tempo todo.
No entanto, uma vez amigo de Caveira, tem-se um amigo para o resto da vida. Nesta e em outras evoluções.