domingo, 17 de março de 2013

O respeito com as diferenças começa dentro do Congá



Respeitar e compreender as diferenças, é sem dúvida nossa maior meta como filhos de Santo. Respeitar a diferença de credo, de religião, do modo de ser e de PENSAR dos nossos irmãos.

Contudo, o discurso pode ser muito bonito, mas antes de ficar " filosofando" sobre isso ser a resposta dos problemas do mundo, já que fazer isso tira um pouco a nossa responsabilidade pessoal/individual sobre esses problemas, precisamos entender que esta é uma atitude que deve começar no terreiro, dentro da nossa pequena comunidade religiosa, dentro do nosso "Congá", respeitando as diferenças entre nós mesmos, ou seja, conseguindo co-existir e trabalhar juntos sem ficar julgando o nosso irmão só porque ele age, pensa, se veste, trabalha ou crê, de uma forma diferente da nossa.

Antes de julgar certo ou errado o que seu irmão da corrente está fazendo, se preocupe com o que VOCÊ está fazendo, pois sempre erraremos em algum ponto já que o desenvolvimento é constante e nunca saberemos tudo.

Se conseguirmos dentro de nosso terreiro, aceitar o outro como ele é sem querer mudá-lo, poderemos então praticar esta atitude positiva lá fora, respeitando as outras casas de Umbanda, por exemplo, mesmo que sejam diferentes da nossa, e respeitando as outras religiões.

A coisa toda deve acontecer de dentro pra fora, começa com você, indivíduo, único, singular, independente se o outro vai agir assim para com a sua pessoa, você agirá assim, você respeitará a diferença do outro.

Foi por causa do desrespeito com as diferenças que até pouco mais de cem anos atrás os negros eram escravizados. Por terem uma cor diferente, os brancos os julgaram inferiores e cometeu-se assim essa atrocidade.

E sabe qual é a resposta destes Pretos Velhos hoje?

Vir aqui nos ajudar, com a maior humildade do mundo, muitas vezes dando a outra face para bater, pois sabem que ainda hoje são incompreendidos e prejulgados por aqueles que desconhecem nossa religião.

Sei que eu não vou ter esta mesma atitude divina de nosso Pretos Velhos, também não espero isso de ninguém, não podemos nos comparar a eles, tamanho é o seu grau de elevação espiritual, mas um dia teremos que aprender alguma coisa com seu exemplo.
QUE TAL COMEÇAR AGORA,E DEIXAR O JULGAMENTO DO QUE ESTÁ CERTO OU ERRADO PARA QUEM É DE COMPETÊNCIA FAZER ISSO!!! SABE O QUE FALTA EM CERTOS LUGARES A UNIÃO ENTRE OS IRMÃOS!!!
É O QUE TEM PRA HOJE!!!

REFLEXÃO



“Imaginemos cada
quadrante do universo visível
e invisível sendo varrido
pelo fluxo contínuo e
ordenado de uma Vontade
Superior; imaginemos células
macrocósmicas e microcósmicas
organizadas
rigidamente no sentido de
garantir este ordenamento.
Imaginemos todas
as formas possíveis, das
mais densas às mais sutis,
todos os seres e criaturas
reunidos numa explosão
de vida que perpassa todas
as dimensões, submetidas
a ciclos vitais inexoráveis;
imaginemos a Presença
Divina em cada gesto, em
cada palavra, em cada vontade
nutrida procurando o
bem de todos e o consolo
de cada um.
Imaginemos tudo
isto acontecendo simultaneamente,
e estaremos
começando a penetrar no
universo sublime e maravilhoso
do Ritual de
Umbanda Sagrada.”

(extraído do livro “O Código
de Umbanda”, de Rubens
Saraceni).

OXALÁ É JESUS???



Sincretismo - Na Umbanda, o Orixá Oxalá é sincretizado com Jesus Cristo, cuja imagem é colocada em lugar de honra nos Centros, Terreiros ou Tendas de Umbanda, em local elevado e geralmente destacada com iluminação.

Mas Oxalá não é Jesus, assim como Jesus não é Oxalá.

Jesus Cristo tem algumas das Qualidades de Oxalá; e isto faz Dele uma Manifestação do Orixá Oxalá ou um Intermediário de Pai Oxalá Maior.

Jesus pregava o amor, o perdão, a fé, a paz. Ele “deu a própria vida” em testemunho dos seus ensinamentos, e isto nos remete ao simbolismo do “bode expiatório”: antes da vinda de Jesus, existia a prática religiosa de se sacrificar um animal “para a expiação dos nossos pecados”. Segundo o conceito Católico, Jesus torna-se “o cordeiro de Deus, o último cordeiro”, ou seja, depois Dele não se faria mais sacrifício animal “porque em Jesus Cristo todos os pecados da humanidade estariam perdoados”.

Homenageia-se Oxalá na representação daquele que na Tradição Católica foi o “filho dileto de Deus entre os homens”. Permanece, porém, no íntimo desse sincretismo, a herança da tradição africana: “Jesus foi um enviado, foi carne, nasceu, viveu e morreu entre os homens”; enquanto Oxalá coexistiu com a formação do mundo, ou seja, Oxalá era ou existia muito antes de Jesus.

Segundo textos antigos, o nome “Cristo” significa cristal ou cristalino; e esta é a referência de todos os Mestres da Luz que encarnaram para guiar a humanidade.

As ondas magnetizadoras de Pai Oxalá despertam a ética e a iluminação filosófica nos seres, ou seja, a base das religiões. Algumas dessas ondas chegam até aos nossos olhos cruzadas; fato que tornou o símbolo da cruz como referência ao Mestre Jesus Cristo.

Para os Católicos, Jesus Cristo é Deus encarnado, é a segunda Pessoa da Trindade (Pai/Filho/Espírito Santo); para os Hindus, é um Avatar, um Mestre Ascensionado; para os Espíritas, é um Mestre da humanidade.

Já na Umbanda Jesus é reverenciado como um Manifestador do Trono da Fé, um Filho Iluminado de Oxalá que encarnou para direcionar as pessoas nos caminhos da Fé, por meio do amor que leva à fraternidade, ao perdão, ao arrependimento, à paz etc.

Sob a Regência de Oxalá, Jesus nos indicou a melhor forma de evolução, que é praticar a caridade: doar com a direita, trilhando o Caminho da Luz, como fez o Divino Mestre, para, com a esquerda, recebermos na eternidade.

E a maior caridade que se pode praticar dentro da Religião é dar às pessoas um sentido para as suas vidas, pelo despertar da Fé.

MENSAGEM DA PRETA VELHA VOVÓ MARIA DA BAHIA.



Minha Filha, com a permissão do nosso Amado Pai e Criador, o Senhor Deus, e do Sagrado
Pai Obaluaiê, Salve a Luz! Salve os Sete Sentidos da Vida! Salve o Sagrado Pai Oxalá! Salve Nossa Senhora da Guia! Salve os Pretos Velhos!
Que a grandeza da Umbanda sirva de farol em vossas caminhadas!
Filhos, vossas caminhadas podem ser diferentes, mas no final das contas os caminhos são
os mesmos e nos levam a uma só direção: o nosso amado Pai e Criador
, o Senhor Deus!
O filho pode estar caminhando no sentido da Fé, mas os caminhos dos sentidos e instintos
se cruzam, e em certos momentos, o filho vai ter que passar pelo caminho do Amor, do Conhecimento, etc... até mesmo para se desviar das armadilhas do egoísmo, maldade, desunião, ódio...
para só então retomar a sua caminhada no sentido da Fé, por exemplo.
A evolução dos seres é como uma estrada cheia de encruzilhadas e às vezes os filhos preparam armadilhas contra si próprios, escorregando e caindo ou estacionando em sua caminhada.
O caminho da evolução pessoal não é como um paredão de pedra onde os filhos precisam
escalar em sentido reto, como muitos imaginam. Ele se parece com uma grande montanha cortada
por estradas em sentido espiral, pois a evolução acontece com o tempo. Nesta montanha encontramos algumas pedras e cascalhos, e devemos nos atentar para não pisar nelas, escorregar e acabar
descendo alguns níveis antes de conseguir retomar o prumo novamente.
Alguns filhos se perguntam (e se lamentam muitas vezes, o que é pior) o porquê de alguns
irmãos caminharem mais depressa que eles, ou encontrarem menos obstáculos em seus caminhos: “Por que só chove em minha trilha, se vejo meu irmão seguindo trilha ensolarada?”
Por que as dificuldades só aparecem no meu caminho?
A Providência Divina está atenta a tudo que acontece com cada forma de vida neste Universo. O Pai não descansa nunca!
Por esta razão as dificuldades servem para “frear” a nossa imaturidade e nos preparar melhor para chegarmos em segurança, cheios de confiança e equilíbrio em nosso destino.
Que Deus abençoe cada um de vocês!
Vovó Maria da Bahia.
Por: Hellen Costa
Jornal Nacional da Umbanda
São Paulo,15 de Agosto de 2012. Edição: 43

Orixá Oro Iná


A Mãe Orixá Oro Iná, corresponde em gênero, elemento e grau, ao Orixá Feminino que faz par com o Orixá Xangô na irradiação da Justiça Divina e que foi nomeada "Egunitá", sendo que o nome foi um empréstimo de uma das qualidades de Yansã, e isto está escrito em todos os livros onde aparecem comentários sobre essa Mãe do Fogo.

Assim como "Egunitá" é descrita como uma das qualidades de Yansã, Pai Benedito nos esclareceu que Oro Iná é uma das qualidades do Orixá Feminino não nomeado e que é geradora e irradiadora do "Fogo Divino" para toda a criação de Olodumarê, e que, se eu quiser, posso proceder a troca dos nomes para evitar mais polêmicas desnecessárias sobre a Senhora Regente do Pólo Negativo da Irradiação da Justiça Divina.

De agora em diante, à medida que os livros forem re-editados, procederei a troca dos nomes para que, daí em diante, fundamentada em um Orixá nomeado e com um histórico na teogonia nagô, as polêmicas cessem e se expanda o culto à essa Mãe Divina.
Salve Oro Iná!

Pai Rubens Saraceni (05 de março de 2013).

O mito de Oro Iná.

A Terra era uma grande massa incandescente de fogo e Olofin sabia que não haveria nenhuma possibilidade de vida, então enviou Yemowo – esposa de Òrìsà-Nlá para que apagasse este imenso fogo. Yemowo trabalhou arduamente e a cada emanação de seu àse formou-se uma camada. Quando formou-se a crosta terrestre o fogo tinha se extinguido, mas ficou completamente coberta pelas águas salgadas. Oro Iná ficou aprisionada no centro da Terra, não conformada com seu destino foi ver Olódúmarè do qual lhe repreendeu por sua atitude anterior de querer a Terra somente para si. Mas com Sua bondade e sabedoria o Deus Supremo lhe disse: “Esta pagando pela sua própria culpa, terá completo domínio sobre o centro da Terra, mas a cada período de tempo, poderá mostrar aos habitantes da Terra a fúria de sua voz e sua descendência”.

A voz da qual o mito retrata é o estrondo dos vulcões em erupções e a descendência são as lavas incandescentes.

Fundamentos da Quartinha



A Umbanda tem sua ritualística própria e dentro das suas peculiaridades está o ritual das Quartinhas.
Ao chegar num Terreiro é muito comum avistar na entrada, sobre o piso ou sobre o portal da entrada, uma QUARTINHA, que significa que o espaço é Sagrado e tem a faculdade de mostrar à primeira vista que se trata de um local de ritual religioso.
O termo QUARTINHA se refere a um recipiente de barro, usado para acondicionar líquidos com capacidade de 250 ml a meio litro. É um dos utensílios indispensáveis nos cultos afro-brasileiros, sendo usado na maioria dos assentamentos e na obtenção dos AXÉS.
Existe um costume praticamente esquecido pela maioria dos Terreiros, pelo qual, quando o filho da casa ou um visitante chega ao Terreiro, se despacha a água da QUARTINHA e coloca-se água nova na mesma. Com essa ação, entende-se que a água está transmutando as energias, dando uma purificação ao ato.
Antigamente, as quartinhas eram de barro, pois a lou­ça era um artigo raro e caro, ina­cessível às classes menos favorecidas. Panelas, vasos, tigelas, canecos, e ou­­tros utensílios feitos de bar­­ro cozido, eram comuns e de uso cotidiano, não só pe­­los in­dígenas, uma vez que os co­­lo­­nizadores mais po­bres tam­bém usa­vam uten­sílios de bar­ro cozido. Eram os vasi­lhames e uten­sílios mais po­pulares e mais baratos na­quela época.
Hoje, quando você tem os mesmos utensílios em lou­ça, pode usá-los à vontade. Até porque as quartinhas de barro precisam passar por um envernizamento externo e por um revestimento oleoso in­terno, para que a água ou outra bebida colocada dentro dela não seja absorvida pelo barro e, sob temperaturas elevadas, evapore completamente.
A importância da água: é um fator preponderante na Umbanda. A água tem o poder de absorver, acumular ou descarregar qualquer vibração, seja benéfica ou maléfica.
A água poderá concentrar uma vibração positiva ou negativa, dependendo do seu emprego. Ao se rezar para uma pessoa com um copo de água do lado, todo o malefício, toda a vibração negativa dela passará para a água do copo, tornando-a embaciada; caso não haja mal algum, a água fica fluidificada. Nunca se deve acender vela para o Anjo da Guarda sem ter um copo de água do lado.
A água que se apanha na cachoeira é água batida nas pedras, nas quais vibra, crepita e livra-se de todas as impurezas, assim como a água do mar, batida contra as rochas e as areias da praia, também acontece o mesmo, por isso nunca se apanha água do mar quando o mesmo está sem ondas.
A água da chuva, quando cai é benéfica, pura, depois de cair no chão, torna-se pesada, pois, atrai as vibrações negativas do local. A importância da água pode ser traduzida numa única palavra: “VIDA”!
As águas utilizadas para descarrego, têm fundamento parecido com a fumaça, sendo que a fumaça carrega as energias consigo similar ao vento, e a água absorve estas energias.
As águas em copos nas obrigações significam energia vital, e nos copos juntos às velas de Anjo da Guarda ou atrás das portas de entrada, têm a finalidade de atrair para si as energias que por ali passam, atraídas pela Luz ou passando pela porta. Os copos de águas utilizados para estes fins (Anjo da guarda ou atrás das portas) devem ser descarregados pelo menos de 7 em 7 dias, pois senão fiarão saturadas e perderão seu poder de absorção. Esta descarga deve ser feita em água corrente (na pia com a torneira aberta, por exemplo). Pois simboliza movimento, necessário para transportar as energias absorvidas por ela.
Na Umbanda, a água é um dos elementos naturais mais receptivos com uma energia altamente condutora, ela é utilizada nas quartinhas, nos copos de firmeza dos Anjos de Guarda, no batismo, em muitos rituais da Umbanda e principalmente pelos Guias Espirituais nos momentos onde há necessidade de realizar grande limpeza, purificação e energização de nosso corpo astral e de nossa casa, afinal existem cargas e energias maléficas que somente esse elemento natural é capaz de desfazer, limpar e equilibrar.
Ao desincorporar um ORIXÁ, a água da QUARTINHA proporcionará ao médium uma calma salutar após o transe espiritual.
As QUARTINHAS servem de imã espiritual para o médium, tanto o lado bom ou ruim que lhe desejam ou que assimila durante os trabalhos, nas giras ou simplesmente no que acontece diariamente. Todos os fluidos são absorvidos pelas energias constantes da água contida nas QUARTINHAS.
Uma quartinha é algo pessoal e não deve ser manipulado por mais ninguém além do seu dono e só de­ve conter suas vi­bra­ções. Deve se cuidar da quartinha como se cuida da própria alma. É como se fosse sua essência e tivesse um pouquinho da essência da sua alma.
Além do mais, caso a quartinha fique nas dependências do Templo que a pessoa frequenta, várias coisas podem influir sobre ela e ele tais como demandas, etc...
Na abertura da gira, existem regras, condutas que são seguidas conforme determinação do Mentor Espiritual da Casa. Para abertura da gira é necessário defumação, Hino da Umbanda, corimbas, pontos cantados e riscados, firmezas, etc...
O terreiro só consegue desenvolver suas atividades se tiver como objetivo maior dar assistência aos necessitados que procuram para receber ajuda seja física, espiritual e às vezes psicológica.
É de suma importância a energia e sustentação da abertura da gira e para tanto é necessário que seja seguida a doutrina e tradição da religião, que tem sua forma de louvar, rezar, cantar, saudar, reverenciar, defumar...
Fonte: Templo de Umbanda Tia Conceição