terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Eparrêy Bela Iansã



Eparrêy Bela Iansã

“É vista quando há vento e grande vaga
Ela faz um ninho no rolar da fúria e voa firme e certa como bala
As suas asas empresta à tempestade
Quando os leões do mar rugem nas grutas,
Sobre os abismos, passa e vai em frente

Ela não busca a rocha, o cabo, o cais
Mas faz da insegurança a sua força e do risco de morrer, seu alimento
Por isso me parece imagem justa
Para quem vive e canta no mau tempo”

FIRMANDO EXU E POMBA GIRA ANTES DOS TRABALHOS ESPIRITUAIS



Todos os que conhecem a Umbanda e os demais cultos afro brasileiros sabem que, antes de qualquer trabalho ser iniciado, é preciso ir até a tronqueira ou casa de Exu e firmá-lo, para que ele possa atuar por fora do espaço espiritual do templo (Tenda ou Ilê Axé), protegendo-o das investidas de hordas de espíritos “caídos” que estão atuando contra as pessoas que buscam auxílio espiritual e religioso que possa livrá-las dessas perseguições terríveis.


Para que um trabalho transcorra em paz, harmonia e equilíbrio, e para que os guias espirituais possam atuar em benefício das pessoas e trabalhar os seus problemas, é preciso que tronqueira esteja firmada, porque assim, ativada, ela é um portal para o vazio relativo regido pelo senhor Exu guardião ligado ao Orixá de frente do médium dirigente do templo.

Um Exu guardião é assentado na tron­queira, e vários outros são “firmados” dentro dela, sendo que estes estão ligados a outros senhores Exus guardiões de reinos e de domínios regidos por outros Orixás.

Os outros não podem ser assentados, senão dois vazios relativos se abrem “ao redor” do espaço espiritual “interno” do templo, e a ação de um interfere na do outro.
Um só Exu guardião é assentado, e todos os outros são só “firmados” na tronqueira, pois, se dois forem assentados na mesma, a ação de um interferirá na ação do outro vazio relativo aberto no “lado de fora” do templo.

Assentar o Exu e a Pombagira guardiã no mesmo cômodo ou “casa de esquerda” é aceitável, porque o campo de ação dele se abre no “lado de fora” e o campo dela abre-se para dentro do “lado de dentro” do templo, criando apolarização com o campo do Exu guardião.


. O campo do Exu guardião é o vazio relativo que se abre no lado de fora do espaço espiritual interno do templo.


. O campo da Pombagira guardiã é o “abismo” que se abre para “dentro”, a partir do espaço espiritual interno do templo.


. Esses dois Orixás são indispensáveis para o equilíbrio de um trabalho espiritual, porque um atua por fora e o outro atua por dentro do templo.


. Um se abre para fora, repetindo o mistério das realidades, e o outro se abre para dentro, repetindo o mistério das dimensões.


. Exu retira do “espa­ço infinito” tudo e todos que estiverem gerando desequilíbrio ou causando desarmonia.


. Pombagira recolhe ao âmago do espaço in­finito tudo e todos que o estiverem desarmoni­zan­do.


São duas formas pare­cidas de atuação, mas Exu retira, e Pombagira inte­rioriza.
Comparando o espaço infinito com um vulcão, Exu seria o ato de erup­ção, quando ele descarrega a intensa pressão interna. Já a ação de Pombagira, seria a das rachaduras internas , que a pressão abre dentro da crosta, nas quais correm e acumulam-se toneladas de lava vulcânica, que se acomodam e, lenta­mente, se resfriam e se cristalizam, gerando enormes acúmulos de minérios e cristais de rochas.
Exu e Pombagira são indispensáveis aos trabalhos espirituais, porque junto com os consulentes vêm todas as suas cargas energéticas e vibratórias negativas; suas cargas espirituais e elementais que sobrecarregam o espaço espiritual interno, que deve ter essas duas “válvulas” de escape funcionando em perfeita sintonia e sincronizadas com todo o trabalho que está sendo realizado pelos guias espirituais.
Se essas “válvulas” estiverem fun­cionando bem, o trabalho realizado não sobrecarregará os guias espirituais que trabalharam pelas pessoas. Porém se não funcionarem corretamente, eles terão que recolher todas as sobrecargas e irem descarregando-as lentamente nos pontos de forças da natureza, mas à custa de muitos esforços.
Portanto, com isso entendido, espe­ra­mos que os umbandistas entendam o porquê de terem que firmar seu Exu e sua Pombagira antes de abrirem seus trabalhos espirituais.
Exu e Pombagira geram muitos fato­res e executam muitas funções na Criação e, em algumas dessas funções, formam linhas de trabalhos espirituais.
Eles também formam pares. Em algumas oca­siões são complemen­ta­res; em outras, são opos­tos; em outras, são com­plementares e opostos ao mesmo tempo.
Só pelas suas funções aqui já descritas, tornam-se indispensáveis à paz, à harmonia e ao equilíbrio dos trabalhos espirituais realizados pelos médiuns umbandistas, tanto os realizados dentro dos centros quanto os realizados fora dele.
Afinal, não são poucos os médiuns que, movidos pela bondade, vão até a residência de pessoas com graves problemas ou demandas para ajudá-las e, por não tomarem a precaução de firmar Exu e Pombagira antes de trabalhar para elas, ao invés de ajudá-las realmente, só pegam cargas que irão desequilibrá-los também.
Para se fazer um bom trabalho na residência de alguém, assim que chegar, deve-se ir até o quintal, riscar um ponto de Exu, colocar um copo com pinga, firmar as velas nos seus pólos mágicos e invocar o Orixá Exu e o seu Exu guardião, pedindo-lhes que descarreguem todas as sobrecargas e recolham todas as demandas feitas contra os moradores da casa e até contra ela.
O mesmo deve ser feito com Pomba­gira para que, só então, o médium comece a trabalhar espiritualmente, porque, aí sim, todas as cargas e demandas terão por onde ser descarregadas. E mesmo as entidades negativas que tiverem de ser transportadas para que recolham suas projeções negativas virão de forma ordenada e equilibrada, não causando nenhum problema durante o trabalho.
Quando se vai com alguém na natureza para descarregá-lo, tanto o médium deve firmar suas forças em sua casa como deve, pelo menos, firmar Exu ou Pombagira no campo vibratório escolhido, para não ter contratempo algum durante o trabalho de descarr ego na natureza.
São medidas indispensáveis para que um bom trabalho seja realizado e tudo transcorra em paz.
Espero ter conseguido transmitir os fundamentos necessários para que o ato de “firmar” a esquerda não seja mal interpretado, e sim visto como indis­pen­sável para que bons trabalhos sempre sejam realizados, tanto em benefício próprio quanto dos nossos semelhantes.

Fonte:mistérios de umbanda

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

O porque do 15 de Novembro como Dia Nacional da Umbanda



“Você que fala da Umbanda
Não sabe o que a Umbanda é
A Umbanda é força divina
A Umbanda é pra quem tem fé.
A Umbanda é de Preto-Velho
E de Caboclo de pé no chão
A Umbanda é de gente humilde
Pois a Umbanda é amor e perdão”

15 de Novembro, Dia Nacional da Umbanda

Autor:  Registros de Umbanda
Por Gunter Zibell - SP

O porque do 15 de Novembro como Dia Nacional da Umbanda

Segue um texto muito pertinente com o mês corrente  extraído de  ”A Umbanda Brasileira”, livro de José Fonseca  publicado em 1978 , depois de passar pelo Jornal ” Gira de Umbanda” em 1976.  É uma carta de esclarecimento  do  C.O.N.D.U.  sobre  a escolha do 15 de Novembro como dia nacional da Umbanda, bem como o seu significado para a religião e o movimento umbandista.

O Conselho Nacional Deliberativo da Umbanda foi criado em 12 de Setembro de 1971 sendo o primeiro órgão umbandista de caráter nacional, que conseguiu agregar em sua reunião de 1976 , 25 federações de Umbanda de todo o país,  totalizando mais de 40.000 terreiros e tendas  representadas no evento, que teve entre as suas pautas,  a escolha do dia nacional da Umbanda.

É interessante observar no  texto o desconhecimento existente na década de 70 de grande parte do movimento umbandista da história  ocorrida em 1908 – bem como do próprio rito original, cujo estudo e análise ainda hoje é renegado pela grande maioria dos umbandistas –  os motivos da escolha do 15 de novembro pelo próprio Caboclo das  Sete Encruzilhadas para a sua manifestação e a anunciação da nova religião, as considerações feitas sobre o 13 de maio, como sendo a data mais apropriada para representar a Umbanda, o que representa a existência de uma grande associação na época, da origem da Umbanda, o seu surgimento, com as religiões e a cultura afro-brasileira. Posição ainda sustentada por grande parte das vertentes africanistas de Umbanda, que relutam em reconhecer fatos históricos;  a Umbanda como religião puramente brasileira, a Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade,  Zélio e o Caboclo das Sete Encruzilhadas como os fundadores e precursores da Umbanda.

Acredito que  é  um texto de certa importância e riqueza para os umbandistas;

Boa leitura!

Pedro Kritski.

Porque Milhões de brasileiros escolheram 15 de Novembro como o DIA NACIONAL DA UMBANDA

O CONSELHO NACIONAL DELIBERATIVO DA UMBANDA-C.O.N.D.U. – por intermédio de sua representante no Estado do Amazonas, a Cruzada Federativa Espírita de Umbanda,  tomou conhecimento do comentário da sessão “Umbanda – Quimbanda”  do jornal  “ A Notícia”,  de Manaus,  em 11 do corrente mês,  sob o título “Escolha Justa”,  no qual se lê que  “ a suposta escolha de 15 de novembro para ser considerado o Dia da Umbanda,  sugerida num encontro umbandista, no Rio de Janeiro, vinha decepcionando”… e que  “a data diz respeito à  Proclamação da República,  nada tendo a ver com a Umbanda, o que significa que foi sugerida por profanos,  por quem desejava apenas homenagear um centro”… ”Os umbandistas amazonenses disseram que o 13 de Maio,  data da libertação dos escravos é realmente a mais indicada”.

O C.O.N.D.U. esclarece que:

A data de 15 de Novembro foi proposta pelas entidades federativas do Rio de Janeiro, na I Convenção Anual deste Conselho,  da qual participaram 25 federações,  representando a maioria absoluta dos Estados;  e que não opuseram qualquer objeção à escolha.

Entre as datas sugeridas – 13 de Maio, consagrada aos Pretos Velhos –  e 22 de Novembro – dia de Araribóia –  venceu por unanimidade 15 de Novembro.  Nessa data,  em 1908,  manifestou-se pela primeira vez,  numa sessão da Federação Espírita,  em Niterói,  uma entidade que declarou trazer a missão de estabelecer um culto,  no qual os espíritos de índios e de escravos poderiam desenvolver seu trabalho espiritual,  organizado no plano astral do Brasil.  Na época,  esses espíritos aproximavam-se das reuniões espíritas,  mas as suas mensagens eram recusadas,  por serem eles considerados atrasados,  tendo em vista a condição de humildade com que se identificavam.
A entidade,  que se apresentou aos videntes como um mentor espiritual,  deu o nome de CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS.

No dia seguinte,  verdadeira multidão compareceu à residência do médium – um jovem de 17 anos,  Zélio Fernandino de Moraes,  de tradicional família fluminense.  A entidade manifestou-se e determinou as normas do novo culto,  que teria o nome de UMBANDA, declarando fundado o primeiro templo de Umbanda,  cuja prática seria exclusivamente a caridade espiritual,  através de passes, desobsessões e curas de enfermos.

O templo,  que tomou o nome de Tenda Nossa Senhora da Piedade, funciona ainda hoje,  no centro do Rio de Janeiro (Rua D. Gerardo, 51) com uma filial ( Cabana de pai Antônio ) num sítio em Boca do Mato,  Cachoeiras de Macacu,  completando,  em Novembro próximo, 69 anos de atividade.

Prosseguindo a sua missão,  o Caboclo das 7 Encruzilhadas fundou mais 7 templos,  cujos dirigentes foram escolhidos entre os grupos de médiuns preparados nas sessões doutrinárias que a entidade estabelecera,  às quintas-feiras à noite,  para esclarecimentos sobre a doutrina espírita,  o Evangelho e as normas ritualísticas da Umbanda.  Estas normas determinavam:  médiuns uniformizados de branco, cânticos sem acompanhamento de atabaques nem palmas ritmadas;  preceitos baseados apenas em água,  amaci de ervas,  flores e pemba, atendimento totalmente gratuito,  não sendo admitido estabelecer nem aceitar retribuição financeira de espécie alguma.  Os templos, organizados administrativamente,  mantinham-se pelas contribuições dos associados.

Milhares de templos,  em quase todos os Estados,  descendem desse grupo inicial,  conservando, em sua maioria,  a pureza da doutrina e da ritualística.  Formou-se assim a religião de Umbanda – denominada,  de início,  Lei de Umbanda,  ou Linha Branca de Umbanda – cujos mentores são os Caboclos e os Pretos-Velhos.
Justifica-se,  portanto,  a escolha da data de 15 de Novembro,  por não se prender apenas a uma das falanges principais da Umbanda e sim a ambas:  Caboclos e Pretos Velhos.
A referência feita à Proclamação da República deve-se ao fato de ter sido ela determinante da igualdade religiosa estabelecida pela primeira vez na Constituição da República,  em 1889,  o Estado deixou de ter uma religião oficial,  permitindo assim que todos os credos, inclusive a nossa doutrina,  se difundissem livremente.

(Jornal “Gira de Umbanda” 1976)

domingo, 23 de setembro de 2012

Cantigas de Obalúwàiyé





Atótóo! Omolú Olúké a jí béèù sapada!
(Silêncio! O filho do Senhor é o Senhor que grita, nós acordamos com medo e corremos de volta!)
1
Onílè wà àwa lésè òrìsá
Opé ire onílè wá a lésè òrìsá Opé ire
E kòlòbó e kòlòbó sín sín sín sín Kòlòbó
E kòlòbó e kòlòbó sín sín sín sín Kòlòbó
Ôníléuá auá léssé orixá
Ópué irê Ôníléuá auá a léssé orixá Ópué irê
É Côlôbô É Côlôbô sim sim sim sim côlôbô (2 x)
O Senhor da terra está entre nós que cultuamos orixá.
Agradecemos felizes pelo Senhor da terra estar entre nós que cultuamos orixá.Agradecemos felizes.
Em sua pequena cabaça traz remédios
para livrar-nos das doenças.
2
Ó àfomó ó fá ojú rè mò fá, aráayé njó jó
Aráayé a njó onílè, aráayé njó jô
Afômó ôfá ojúré mófá aráaiê unjôjô
Aráaiê a unjôônilê aráaiê unjôjô
Ele é contagioso, ele faz a limpeza.
Seu olhar tira o contágio das doenças.
A humanidade dança, dança a humanidade
Nós dançamos para o senhor da casa
A humanidade dança
3
Omolú pê a júbà a èko, oníyê
Omolú pê a júbà a èko, oníyê
Ómólú puê a júbá a écó ôniiê (2 x)
Omolú, vos pedimos que nos abençoe
E nos ensine, senhor da boa memória
4
Olórí ìjeníìyà a pàdé, Olórí pa
Olórí ìjeníìyà a pàdé, Olórí pa
Olôri ijéninha a padé, Olorípa (2 x)
O Senhor que mata, o Senhor que castiga
vem ao nosso encontro.
5
Jó a lé ijó, é jó a lé ijó, é jô a lé ijó,
Àfaradà a lé njó ó ngbèlé
Jôalê ijô ê jôalê ijô ê jôalê ijô
Afaradá alê ijô umbêlê
Dance em nossa casa, dance. (3 x)
Dando força e energia à nossa casa.
Dançando ele dá proteção à casa.
6
Aráayé a je nbo, Olúbàje a je nbo
Aráayé a je nbo, Olúbàje a je nbo
Aráaiê ajé umbó, olúbajé ajé umbó (2 x)
Povo da terra, vamos comer e adorá-lo, o senhor aceitou comer.
7
Ó ní a ló ìjeníìyà Ajàgun tó ló ìjeníìyà olúwàiyé
Táálá bé okùnrin
O táálá bé okùnrin wa ki lo kun táálá bé okùnrin
Abénilórí ìbé ó ní je olúwàiyé táálá bé okùnrin
Ôní a lô ijéninha ajagun tôlô ijéninha ôlúuaiê
Táalabé ócunrin
Ô táalabé ócunrin uá quilocun táalabé ócunrin
Abénilôrí ibéri ônijé ôlúuaiê táalabé ócunrin
Ele pode fazer secar a cabeça do homem,
levá-lo embora e esculpir a cabeça do homem.
Ele pode fazer definhar, matar a cabeça do homem. É o executor, o que decapta sua cabeça.
Ele é o Senhor da terra, que definha e decapta o homem, ele pode nos castigar. O guerreiro que pode castigar. Senhor da terra, que definha e decapta.
8
A jí dàgòlóònòn kí wa sawo orò, dàgò ilé ilé, Dàgòlóònòn kí wa sawo orò, dàgò ilé ilê.
A ji dagôlônã qui uá xaôrô dagô ilêilê
Dagôlônã qui uá xaôrô dagô ilêilê
Ao acordar pedimos licença ao senhor do caminho
Aquele a quem fazemos o culto tradicional, dê licença
À nossa casa, que pede licença no caminho a quem nós fazemos o culto tradicional.
9
Omolú pè olóre a àwure e kú àbò
Omolú pè olóre a àwure e kú àbò
Omolú puê olôre auúrê écuabó (2 x)
Omolú te pedimos Senhor da sorte, que use o teu
Feitiço para nos trazer boa sorte e sejas bem-vindo.
10
Ó ìjeníìyà bàbá a sin e gbogbo wa lé
Ó ìjeníìyà bàbá a sin e gbogbo wa lé ó
Ô ijéninha babá a sim é bôbô uálê (2 x)
Ele é o pai que castiga, nós vos cultuamos, senhor, e toda nossa casa.
11
Kóró nló awo, kóró nló awo, sé ó gbèje
Kóró nló awo, kóró nló awo, sé ó gbèje
Côrô unló auô, kôrô unló auô, xê ô bêjé (2 x)
Ele se dirige para ir embora do culto, ele vai embora do culto, ele aceitou comer.
Cantigas de Òsùmàrè
Àróbò bo yi!
Vamos cultuar o intermediário que é elástico(que se estica)!

Cantigas de Ossain em Yoruba



1
Pèrègùn olowè titùn ô
Pèrègùn olowè titùn
Gbogbo pèrègùn olowé lèsé
Pèrègùn olowè titùn ô
Peregun alauê titun ô
Peregun alauê titun
Bobo peregun alaue lessé
Peregun alauê titun ô
Peregun é o dono das folhas novas e frescas
Peregun é o dono das folhas novas e frescas
Todos os pereguns cultuam as folhas novas e frescas
Peregun é o dono das folhas novas e frescas
2
Awá sorò ki Inón
Odò rodùn
Pèrègùn olowè titùn
awá xoro xi mã
odorodun
peregun alauê titun
Nós não cultuamos o fogo
Nos caminhos do rio
Peregun é dono das folhas novas e frescas
3
Abebe nbo, Abebe nbo
Ewé Abebe
Abebe nbo, Abebe nbo
Ewé Abebe
Abebe umbó, abebe umbó
eue abebe
Abebe umbó, abebe umbó
eue abebe
O abebe cultuamos, o abebe cultuamos
As folhas do abebe,
O abebe cultuamos, o abebe cultuamos
As folhas do abebe
4
Mò jewé Pè mò sorò ô
Mò jewé Pè mò sorò
Ò bè l’òwò mi, Ò bè l’òwò mi
Mò jewé Pè mò sorò
Mó jéuê pê mó soró ô
Mó jéuê pê mó soró
Ô bê lóuó mi, ó be lóuó mi
Mó jéuê pê mó soró
Ela é a folha a quem demoradamente eu falo
Ela é a folha a quem demoradamente eu falo
Ela me dá suporte e me ajuda
Ela é a folha a quem demoradamente eu falo
5
Erò Irokò izò
Erò Irokò esín ilè
eró iroko izô
eró iroko sin ilê
A calma é de iroko que quebra o vento
A calma é de iroko que cultuamos em nossa casa
6
Ata kò rojù ewé ò
Aféfé kò rojù igbò óògun
Ata kò rojù ewé ò
Aféfé kò rojù igbò óògun
ata co roju eué ô
a lelé co roju ibogun
ata co roju eué ô
a lelé co roju ibogun
Pimenta não é mais forte que a folha
Vento não é mais forte que a floresta de remédios
Pimenta não é mais forte que as folhas
Vento não é mais forte que a floresta de remédios
7
Igba nbò mi agué nì Orô
Ae ae
Igba nbò mi agué nì Orô
Ae agué
Ibabo xé mi agué ni orô
Ae ae
Ibabo xé mi agué ni orô
Ae agué
Cabaça faça-me crer em Orô
Ae ae
Cabaça faça-me crer em Orô
Ae Agué
8
Itòrórò agué, agué itòrórò
Sa gbin
itororô agué, agué itororô
xa gin
é ungida a cabaça, a cabaça é ungida
somente um pouco
9
Agué ma Inón o pa idà
Agué ma Inón o pa ida ò
Agué ma ina opa ada
Agué ma ina opa ada ô
Ágüe não quer fogo nem facão que o mata
Ágüe não quer fogo nem facão que o mata
10
Ewé, ewé, ewé
Agué ifo to idà Ifá
ewé, ewé, ewé
agué isso to adáfa
Folha, folha, folha
De agué quando quebra o vento nós cultuamos Ifá

Cantigas de Òsóòsí em Yoruba




Ode òkè aro!
Salve o caçador!(Aquele de alta graduação honorífica)
1
Ofá yéyé f’igbô
Odé f’igbô
Ofá yéyé f’igbô
Omorodé
Ofará iéié fibô
Odé fibô
Ofará iéié coxé
Omorodé
Seu arco e flecha são adequados para a floresta
Para caçar na floresta
Seu arco e flecha são adequados e apropriados
Para formar novos caçadores
2
Araiê Ode arê rê okê
Awá nìsó odé l’okê
Omo ofá ó kú eron
Araiê odé arerê okê
Auanisó odé loquê
Omo ofá aquerã
Senhor da Humanidade nosso bom caçador
Nós o chamamos para aprendermos a caçar
Filho do arco e flecha que mata a caça
3
Araiê Ode arê rê okê
E omorodé seke Irokô
Araiê odé arê rê okê
Oni ewá l’igbô
Araiê odé arerê oquê
E omorodé xeque iroco
Onieuálô ibô
Senhor da Humanidade nosso bom caçador
O filho do caçador origina-se das folhas de iroko
Senhor belo e poderoso da floresta
4
Omorodé l’ ìjeníiyà ô
Olúwaiyé
Omorodé l’ ìjeníiyà ô
omorodé lo igeniuaô
Oluaiê
Omorodé lo igeniuaô
Odé coque
O filho do caçador é aquele que pode punir
Senhor da terra
O filho do caçador é aquele que pode punir
É o caçador que está no topo (acima de tudo)
5
Omorodé kossi ilê arole ago mi Ifá
Omorodé kossi ilê arole ago mi Ifá
Kòiá kòia Olúwaiyé
Ode kossi ilê arole ago mi Ifá
omorodé cossilê arole ago mi fá
omorodé cossilê arole ago mi fá
coiá coiá oluaiê
odé arole ago mi fá
O filho do caçador não caça em casa;
Ele pede licença arco e flecha.
Não nos castigue, não nos castigue Senhor da terra
O caçador pede licença para a casa.
6
Omorodé lai lai
Omorodé ki awá jò
Agbà awá boowo l’Oko igbò
Omorodé lai lai
Omorodé qui ua jô
Abauabo loco co ibo
Omorodé oluaiê
Filho do caçador para sempre
Filho do caçador para quem nós dançamos
Nossa comunidade de agricultores o cultua na fazenda e não no bosque
O filho do caçador é o senhor da terra.
7
Omorodé L’O
Omorodé Olúwaiyé
omorodé loni
omorodé oluaiê
O filho do caçador é o senhor
O filho do caçador é o senhor da terra
8
Oní ewò oní ewò
Bèru Bèru Bèru
Oniuô niuô
Berú berú berú
Ele possui veneno, Ele possui veneno
Que nos amedronta (que mete medo)
9
Ò Ìdarò
Ò Ìdarò Irunmalè
Ò Ìdarò lè Béèni uô
Ò Ìdarò Irunmalè
Ô Idarô
Ô Idarô irunmalé
Ô Idarô lê bé miô
Ô Idarô irunmalé
Ele é independente
Ele é o irunmalé independente
Ele é independente e pode tornar-me também
Ele é irunmalé independente
10
Awá tafá tafá Ode
Awá tafá tafá Awo
Awá Aráiê
Awá tafá tafá Ode
auá tafá tafá rodé
auá tafá tafá auô
auá araiê
auá tafá tafá rodé
Nosso arqueiro caçador
Nosso arqueiro de cor (negro)
Da nossa humanidade
Nosso arqueiro caçador
11
Ode Ba nì là
Asè Omì orò
Odé bainlá
Axé omirô
O caçador tem
O poder do segredo da água
12
Lae lae oní T’ofà Ode
Ode nì T’ofà
Lae lae oni tofá dodé
Odé ni tofá
O senhor caçador dono do arco e flecha
O caçador tem o arco e flecha
13
Ofà Odeobá tafà
Ma un ma un
Ofá odé obá tafá
Maun maun
O caçador do arco e flecha, o Rei arqueiro
Não exagera, Não exagera
Cantigas de Òsónyìn
Ewé, ewé !
(Oh folhas, Oh folhas!)
Kosi ewé, kosi orisá!
(Sem folhas, sem orixás)

Cantigas de Ogun em Yoruba



Ògún yè, pàtàkì orí Òrìsà!
(Salve Ògún, Òrìsà importante da cabeça! ou, O Cabeça dos Òrìsà importantes!)

1
Ògún àjò e mònriwò, alákòró àjò e mònriwò
Ògún pa lè pa lóònòn Ògún àjò e mònriwò
Elé ki fí èjè wè.
Ogum ajô é manriuô alácôrô ajô é manriuô
Ogun pa lê pa lónã ogun ajô é manriuô
Élé qui fi éjé ué.
Ogun o Senhor que viaja coberto de folhas novas de palmeira,
Ogun o Senhor que viaja coberto de folhas novas de palmeira,
Ogun mata e pode matar no caminho, Ogun viaja coberto por
Folhas novas de palmeira, é o Senhor que toma banho de sangue.

2
Àwa nsiré Ògún ó, èrù jojo
Àwa nsiré Ògún ó, èrù jojo
Èrù njéjé
Auá xirê ogum ô éru jójó
Auá xirê ogum ô éru jójó
Érum jéjé
Nós estamos brincando para Ogun com medo extremo
Segredamos nosso medo, nos comportamos calmamente, Mas com medo.

3
Ògún nítà ewé rè, Ògún nítà ewé rè
Ba Òsóòsí l’oko ri náà lóòde
Ògún nítà ewé rè
Ogum nitá euê ré, ogum nitá euê ré
Ba Oxossi Okô ri naa lôdê, ogum nitá euê ré
Ogun tem que vender as suas ervas,
Ogun tem que vender as suas ervas,
Encontra-se com Oxossi nos arredores da fazenda
Ogun tem que vender suas ervas.

4
Alákòró elénun alákòró elénun ó
Ae ae ae alákòró elénun ó
Alácorô élénun alácorô élénun ô
Aê aê aê alácorô élénun ô
O Senhor do akorô vangloria-se (de suas lutas)
O Senhor do akorô é aquele que conta bravatas.

5
A l’Ògún méje Iré, aláàda méji, méji
A lôgum mejê ire aláda mêji mêji
Nós temos sete Ogun em Irê
É o Senhor das duas espadas.

6
SSsa ogun o, Ògún ajo iku igbale
Xa xa xa Ogun o, Ògún ajo eku bale
Ogun cortou, cortou, cortou.
E foi bem recebido na terra

7
Ògún Onirê onirê Ògún
Alakorô onirê, Obá de órun
Ògún Onire onire ogun
Alakoro onire, Oba de orun
Ogun senhor de Ire, o senhor de ire e ogun
Proprietário do akoro e senhor de ire
Rei que chega do céu

8
Ògún ni alagbe odé
mònriwò odé
Odé mònriwò
Ogun ni alabedé
Manriuô odé
Odé manriuô
Ogun e o senhor da forja e caçador
Que se veste de folhas novas de palmeira
De folhas novas de palmeira ele se veste

9
Ògún dê arê rê
Irê Irê Ògún já
Ákòró awá adê arê rê
Irê Irê Ògún já
Ogún dê arê rê
Irê Irê Ogún já
Akorô wá dê arê rê
Irê ilê ogun já ô
Ogun de lutas que chegue a nós
em feliz de Irê
Ogun que luta de elmo que nos protege
(Chegue a nós) faça a nossa casa feliz Ogun

Cantigas de Exu em Yoruba


 Èsú yè, Laróyè ! (Viva Èsú! Ou Salve Èsú!)

1
A jí kí Barabo ago mojúbà, àwa kò sé
A jí kí Barabo ago mojúbà, e omodé ko èkò èkó
Barabo e mojúbà Elégbára Èsú l’óònòn.
A ji qui Barabô ago mojubá auá cô xê
A jí qui Barabô ago mojubá ê omódê có é có
Barabô môjubá Élébára Exú lonã.
Nós acordamos e cumprimentamos Barabo,
A vós eu apresento meus respeitos,
Que vós não façais mal.
Nós acordamos e cumprimentamos Barabo
A vós eu apresento meus respeitos.
A criança aprende na escola (é educada, ensinada)
Que a Barabo eu apresentei meu respeito, ele é
Senhor da Força, o Exú dos caminhos.

2
Bará ó bebe Tirirí l’ònòn
Èsú Tirirí, Bará o bebe Tirirí l’ònòn, Èsú Tirirí.
Bará ô bébé tirirí lónã Exú tirirí
Bará ô bébé tirirí lónã Exú tirirí, Exú Tirirí
Exú, ele realiza proezas maravilhosas,
Tirirí é o Senhor dos Caminhos, Exú Tirirí.

3
Xo Xoroque Odára, Odára bàbá ebo
Xo Xoroque Odára, Odára bàbá ebo
Xo Xoroque ôdara ôdara babá ebó
Xo Xoroque ôdara ôdara babá ebó
Odara sobe, sobe (ascenção), Odara é o pai dos ebós
Odara sobe no fogo que ele próprio acendeu

4
Èsú wa jú wo mòn mòn ki wo Odára
Laróyé Èsú wa jú wo mòn mòn ki wo Odára
Èsú awo.
Exu a ju uô mã mã qui uô ódara
Larôiê Exu a ju uô mã mã qui uô ódara
Exu auô.
Exu nos olha no culto e reconhece, sabendo que o culto é bom,
Larôie Exu nos olha no culto e reconhece sabendo que o culto
É bonito, vamos cultuar Exu.

5
Odára ló sòro, Esu Odára ló sòro lóònòn
Odára ló sòro, Esu Odára ló sòro lóònòn
Ôdára lô xorô Exu Ôdára lô xorô lónã
Ôdára lô xorô Exu Ôdára lô xorô lónã
Odara pode tornar o caminho difícil,
Ele é o Senhor dos caminhos.

6
Odára sá wê pê Exu Odára sá wê pê lóònòn
Odára sá wê pê Exu Odára sá wê pê lóònòn
Odára xá uê pê Exu Odára xá uê pê lónã
Odára xá uê pê Exu Odára xá uê pê lónã
Odara corta e se banha demoradamente,
Exu Odara corta e se banha demoradamente no caminho

7
Elégbára Èsú ó sá kéré kéré
Akesan Bará Èsú ó sá kéré kéré.
Elébára Exu ô xá querê quere
Akésã bará Exu ô xá quere quere.
Exu, o Senhor da Força (do poder)
Faz cortes profundos e pequenos,
Akésan Exu do corpo, faz cortes profundos
E pequenos (gbéré).

8
A jí ki ire ni Èsú, Èsú ka bí ka bí.
A jí ki ire ni Èsú, Èsú ka bí ka bí.
A ji qui irê ni Exú, Exú cá bi ca bi
A ji qui ire ni Exu, Exu cá bi cá bi.
Nós acordamos e cumprimentamos felizes a Exu,
E Exu conta como nascemos, Exu conta como nascemos.

9
E Elégbára Elégbára Èsú Aláyé
E Elégbára Elégbára Èsú Aláyé
Ê élébára élébára Exu alaiê
Ê élébára élébára Exu alaiê
Senhor da Força, Senhor do Poder
Senhor da Força, Senhor do Poder
Cumprimentamos o Chefe (dono do mundo)

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

A LINHA DAS SEREIAS





As Sereias são seres que vivem nas Dimensões Aquáticas do Plano Encantado da Vida. Manifestam-se na Umbanda dentro da chamada Linha do Povo do Mar, sob a regência do Orixá Yemanjá.



Quando incorporam em suas médiuns, umas ficam sentadas, como que de lado, e outras ficam em pé.



As que ficam sentadas movem o tronco e os braços, como se estivessem nadando e se banhando nas ondas.



As que ficam em pé, tal como os Marinheiros, movem-se com passos de dança e fazem uma linda coreografia mágico-religiosa. Nesses movimentos, vão recolhendo todas as cargas energéticas negativas do ambiente, dos seus médiuns e da assistência.



São higienizadoras, têm um poder de limpeza e purificação inigualável pelas outras Linhas de Umbanda, uma vez que nos trazem de forma potencializada as Energias da Dimensão Aquática onde vivem.



O arquétipo é poderoso porque tem a sustentação dos Orixás Femininos das Águas, as Forças Primordiais da Criação.



Quando incorporam, as Sereias não costumam falar. Apenas emitem um som que parece um canto e que, na verdade, é um mantra que repetem o tempo todo.



Para os clarividentes, mostram-se como seres com um corpo metade humano e metade peixe.



Como entender isso, dentro da religião de Umbanda?



A metade humana indica que são espíritos.



A metade peixe indica que se adaptaram ao meio, durante suas evoluções.



A evolução nos ensina que para caminhar sobre a terra temos que ter pernas; e que para viver na água se deve ter nadadeiras.



Seres que sempre viveram e evoluíram dentro da água também receberam de Deus tudo de que precisavam para se adaptarem ao meio a eles destinado.



A Espiritualidade Superior explica que há tantas formas de vida na Criação Divina que não devemos nos surpreender com nenhuma delas e sim, entendê-las.



Há Dimensões da Vida que são, em si, realidades plenas e destinadas a formas de vida específicas.



Há Dimensões Cristalinas, Minerais, Vegetais, Ígneas, Eólicas, Telúricas.



Também há Dimensões Aquáticas que não têm início ou fim; são infinitas e totalmente Aquáticas. São oceanos, só oceanos, tal como os conhecemos aqui na Terra, e dentro deles há tanta vida quanto Deus a criou.



As Sereias são seres Encantados da Natureza Aquática e também estão evoluindo.



O Plano Encantado é o Quinto Plano da Vida.



Em relação ao nosso planeta, este Plano é formado por 49 Dimensões, paralelas umas às outras. Em outros planetas, o número de Dimensões Encantadas pode ser maior ou menor.



As 49 Dimensões do Plano Encantado são trienergéticas, sendo formadas por combinações de Energias Elementais Puras com Energias Mistas das Dimensões Elementais Duais.



Essa combinação de energias do Quinto Plano da Vida cria condições ideais para que, ali, os seres, que já têm seu emocional desenvolvido e equilibrado, apurem a sensibilidade, a sensitividade e a percepção, depurando suas faculdades mentais dos vícios dos instintos básicos.



Dentro das 49 Dimensões do Plano Encantado, há sete Dimensões Cristalinas, sete Minerais, sete Vegetais, sete Ígneas, sete Eólicas, sete Telúricas e sete Aquáticas.



Em cada Dimensão, os seres vivenciam integralmente o Sentido da Vida relacionado às Energias que ali predominam.



Como alguém que dedicasse sua vida a estudar determinado assunto, vindo a saber tudo a respeito dele, assim também os seres que habitam naquelas Dimensões são “especializados” nas Energias do Sentido da Vida que lá predomina.



As Sereias vêm das Dimensões Aquáticas. E os seres Aquáticos estão associados ao Sentido da Geração.



Quando se manifestam entre nós, as Sereias nos envolvem de forma intensa com seu Magnetismo Aquático, de grande força equilibradora e purificadora do nosso campo emocional, e também nos despertam o Sentido da Geração e a Criatividade.



Elas purificam e equilibram nosso corpo emocional porque já têm o próprio emocional purificado, equilibrado e desenvolvido. É como se trouxessem a Natureza Aquática até nós, porque são portadoras desse Magnetismo e o vivenciam o tempo todo.



As Sereias, como tudo quanto existe nos mares, são regidas por Yemanjá e a têm na conta de Mãe Divina de todas.



Servem a Divina Mãe com dedicação e amor e gostam de nós porque, após concluírem o estágio Encantado da Evolução, irão para o estágio Natural, onde também deixarão de ter o corpo de peixe, da cintura para baixo, e daí em diante terão um corpo feminino igual ao dos espíritos humanos.



As Sereias não são como nas lendas, que as descrevem como seres que atraem os pescadores e os arrastam para o fundo do mar, sumindo com eles...



Elas são Seres da Natureza Aquática, mas em seu lado espiritual, pois não pertencem ao lado material.



Esses espíritos híbridos (metade peixe/metade mulher) possuem formidáveis poderes que, se colocados em nosso auxílio, muito nos ajudam.



Como o arquétipo já existia, em função dos mitos e das lendas, então não foi surpresa elas se manifestarem quando se canta para Yemanjá.



Na Umbanda, Yemanjá é tida como a “mãe-sereia”, a mãe dos peixes; diferente da Yemanjá Nigeriana, que não conhecia o mar, pois a Nigéria não faz limite com o mar. Na Nigéria, Yemanjá é associada às águas doces e existe até um rio com o seu nome. O que precisamos entender é que os Orixás foram reinterpretados e adaptados à Umbanda e à nossa cultura ocidental.



Na Umbanda, Yemanjá é a Regente do mar e tem sua hierarquia de auxiliares, que são: na Esquerda, os Exus, Pombagiras e Exus Mirins do mar; e na Direita, os Caboclos e as Caboclas do mar, os Marinheiros, bem como as Sereias.



No Estágio Encantado (Quinto Plano da Vida) elas são Sereias. Mas quando alcançam o Estágio Natural, no Sexto Plano da Vida, passam a ser denominadas Ninfas.



As Ninfas são uma transição para um estágio posterior, quando tornarão a encantar-se e se transformarão em Yemanjás, Oxuns e Nanãs da Natureza.



Quando se reencantam e se tornam Orixás da Natureza, adquirem o direito de se manifestarem já como Mães-Orixás, em seus médiuns, aos quais amparam e conduzem em suas evoluções.



Dentro de um trabalho religioso de Umbanda, havendo solicitação dos Mentores, uma oferenda para a Linha das Sereias pode seguir os elementos que são ofertados ao Orixá Yemanjá, a Regente da Linha. No caso, podemos usar rosas brancas, frutas aquosas e suaves, conchas recolhidas na beira-mar e ervas, por exemplos, para que sejam imantados e revertam suas energias em nosso benefício.



(FONTES: Os livros “Gênese Divina de Umbanda Sagrada” e “Arquétipos da Umbanda”, de Rubens Saraceni, Madras Editora.)