A Linha dos Malandros da Umbanda traz para dentro do
ambiente Sagrado os excluídos da sociedade. Espíritos que em alguma encarnação,
por conta do preconceito racial, foram considerados párias e marginalizados
pela sociedade, mas que lidaram com essa adversidade sem perder sua Fé, sua
identidade e seu bom humor, certamente que já apresentavam um bom nível pessoal
de evolução. E após desencarnarem continuaram suas evoluções, até alcançarem um
Grau perante a Espiritualidade, o qual lhes permitiu voltar à Terra na condição
de Guias Espirituais, para nos reconduzir ao Divino.
Ao mesmo tempo, a Linha dos Malandros simboliza a
aproximação dos excluídos com o Divino e ainda, para todas as pessoas, a
possibilidade de uma reflexão sobre o preconceito e as exclusões sociais.
Mas, afinal, alguns se perguntam o quê um “malandro” teria
para nos ensinar, qual seria a sua contribuição dentro da religião? Primeiro,
cabe lembrar que não estamos falando do “malandro” no sentido vulgar da
palavra.
Os Espíritos que se apresentam na Umbanda dentro da Linha
que corresponde ao Grau Malandro (com “M” maiúsculo!) vêm nos ensinar a
flexibilidade, a capacidade de adaptação diante dos obstáculos, o “jogo de
cintura” e o bom humor, que se obtêm através do sentimento de Fé na Vida e em
si mesmo e do equilíbrio das emoções, dos pensamentos e dos sentimentos. De
alguma forma, em algum momento das suas existências, eles vivenciaram tudo isso
e podem nos auxiliar.
Os Malandros nos ensinam: ●que a vida é feita de
experiências e toda experiência visa a nos ensinar algo de positivo; ●que não
há obstáculos insuperáveis, pois isso nos condenaria à destruição, o que é
inconcebível porque não há “morte” em nenhum ponto do Universo e sim, transformações
que promovem renovação e evolução constantes; ●que é preciso confiar nas Leis
da Vida e manter a alegria e o bom humor, para estar em sintonia com faixas
vibratórias positivas e atrair a cura espiritual, emocional, mental e física,
pois todo filho de Deus é um co-criador.
Sua linguagem é altamente simbólica. Muitas vezes, eles
falam conosco e comparam a vida a um jogo de cartas ou de dados:
●Nesse “jogo”, uma “jogada” ruim seria um imprevisto, uma
adversidade. O que não significa a perda da partida (motivo para desespero,
descrença e desistência), pois a próxima “jogada” (a nova oportunidade, o
próximo passo) poderá ser melhor, só depende de nós;
●Nesse “jogo”, é preciso estar atento a cada passo,
observando o “adversário” (o desafio externo, bem como os próprios pensamentos,
convicções, emoções e sentimentos), para se enfrentá-lo em melhores condições e
se alcançar “a vitória”;
●“A vitória” pode ser a superação do obstáculo em si. Mas a
grande “vitória” é o entendimento das causas da dificuldade e a aceitação da
nossa responsabilidade por essa realidade que de algum modo criamos. O erro
ensina e nos dá oportunidade de recomeçar e acertar;
●No caso de uma derrota, saber esperar outra oportunidade e
tentar de novo, sem nunca desistir. Podemos “virar o jogo” através da
persistência, da alegria e da Fé no amanhã. É a valorização da vida, da própria
existência, do momento atual e de cada momento.
O seu “gingado”, a sua musicalidade, a sua dança e a sua
“malandragem” não são simples repetição das características “dos malandros do
mundo”, vamos dizer assim. Esses Espíritos não estão entre nós para fazer
apologia do que foram, possivelmente, em alguma encarnação, mas para nos
ensinar o que é possível extrair das lições da vida.
A grande “malandragem” que eles nos ensinam é como sermos
flexíveis, nos desapegando e abrindo mão de idéias antigas, para nos renovarmos
a cada dia; encarar a vida com leveza, sem guardar rancores e levar tudo para o
campo pessoal; não perder o humor e estragar um dia por causa de um obstáculo,
por maior que pareça; aprender com os próprios erros, para não repeti-los, pois
quem anda atento na vida não vive caindo em buraco...
Quando se fala em “malandro”, na linguagem cotidiana, a
primeira idéia que nos ocorre é a do boêmio, do jogador inveterado de cartas ou
de dados, do amante da noite, da música e das rodas de danças, que vivia de
expedientes, carregava navalha ou faca e fugia da polícia.
O “malandro” carioca faz lembrar aquele que vivia na Lapa,
que gostava de samba e passava as noites na gafieira, chegando a ser personagem
de peças teatrais, de músicas e de muitas histórias. Já o “malandro” de
Pernambuco vivia nas danças do côco e do xaxado, passando as noites no forró. O
que eles têm em comum? Eram todos marginalizados pela sociedade, vistos como
“gente à toa”. Porém, sobreviveram a esse clima adverso, vivendo sem acesso a
uma boa instrução ou a bons empregos; nem sempre conseguiram, senão com muita
dificuldade, dar alguma instrução aos filhos. Nem por isso perderam a alegria,
o gosto pela música e pela dança, pelo carteado, pela conversa noite adentro,
de alguma forma conseguindo manter suas raízes religiosas e tradições
ancestrais, dando “um jeitinho” de ser felizes.
Por trás dos arquétipos da Umbanda, vamos encontrar, no mais
das vezes, a Mão da Espiritualidade Superior a corrigir grandes equívocos e
injustiças sociais e a nos fazer refletir, enquanto nos auxilia nos problemas
do cotidiano. E hoje temos, na presença da Linha de Malandros, uma excelente
oportunidade de refletir sobre algumas questões, em especial: primeiro, que nem
tudo que parece ruim de fato o é; e segundo, que de tudo se pode extrair algo de
bom e de positivo. Do que poderia ter sido uma experiência de todo ruim, esses
Espíritos extraíram uma lição de flexibilidade. E aquilo que para uma sociedade
hipócrita parecia ser neles um mal era, muito ao contrário, a prova de valor de
um povo que manteve fidelidade às suas raízes e não se deixou vencer pelo meio
hostil.
Os Malandros vêm até nós, pelas Mãos do Alto, para nos
ensinar “a boa malandragem”: fazer limonada com os limões azedos que recebemos
dos outros; escorregar e levantar rapidinho, sem perder a compostura e a
elegância, e já sair dançando e cantando; aprender jogar “o jogo da vida” e ser
um bom parceiro de jogo, aprendendo a rir das tristezas e de si mesmo; assumir
ser o que se é, sem hipocrisias, e fazer todo o Bem que se possa; não se prender
a padrões e valores externos, mas ficar centrado em si mesmo e na sua Fé, sem
nunca desacreditar da Vida Maior, cujo amparo permeia todos os nossos caminhos
diários.
Pensar que os Malandros podem nos ensinar tudo isso
brincando, de um jeito tão despojado, é o bastante para se quebrar velho ditado
que dizia: ”de onde não se espera é que não sai nada”. Porque as aparências
enganam!...
Então, não vamos viver de aparências e nem pelas aparências.
Vamos viver a vida com Amor, Respeito e Fé. Vamos acreditar em nosso poder
interior, que é Deus em nós. Vamos aprender a nos centrar e a nos conhecer
intimamente, despertando nossas capacidades e valores acumulados ao longo desta
e de outras encarnações e que ainda dormem dentro de nós, mas que podem ser
despertados pelo nosso querer, por nossa vontade de superar as dificuldades,
por nossa firme determinação de curar nossos pensamentos menos felizes e de
encontrar respostas para as nossas necessidades, para enfim chegarmos a um
caminho de felicidade, aqui e agora.
Quando se está na frente de um Malandro da Umbanda, é bom
que a gente reflita sobre isso.
Essas Entidades estão entre nós por um recurso da
Misericórdia Divina, trabalhando pela continuidade da própria evolução e também
em nosso favor. Então, nada de o consulente adotar “julgamentos apressados”, no
sentido de que se poderia pedir a eles algum mal, um trabalho de magia negativa
ou coisa do gênero. E nós, médiuns, não podemos cair na bobagem de achar que
podemos dar vazão aos nossos impulsos menos nobres e começar a usar de
palavreado chulo, ou desandar a beber e a fumar etc. etc., sob o pretexto de
que foi “o malandro” (aqui, com “m” minúsculo, porque um Malandro, um Guia de
Umbanda, não faz isso nunca!...).
Vamos recordar que os Malandros são Espíritos a serviço da
Luz que vêm nos guiar, orientar e auxiliar; e que um Guia é sempre alguém mais
elevado do que nós. Precisamos nos conduzir com honra, respeito, devoção e
gratidão aos nossos Guias de Umbanda, para darmos continuidade à nossa
evolução. É preciso estar no Terreiro, com em qualquer Templo, de alma e corpo
presentes, por inteiro, pra valer.
Os Malandros são simples, amigos, leais e verdadeiros.
Mas se alguém pensa que pode enganá-los, então é
desmascarado sem a menor cerimônia e na frente de todos, porque os Malandros
não toleram a maldade, a injustiça ou a tentativa de se enganar aos mais
fracos.
Nos Terreiros que adotam vestimentas características, quando
incorporados em seus médiuns, os Malandros se apresentam vestidos com camisas
listradas, alguns com camisas de seda, outros de terno e gravata brancos e
chapéu ao estilo Panamá e às vezes de palha. Usam sapatos brancos, ou então
bicolores (branco/preto; preto/vermelho) e gravata vermelha. Alguns usam
cartola; outros, uma bengala (cajado).
Manipulam magisticamente fumos como charutos e cigarrilhas;
e bebidas que vão desde aguardente, batidas, batida de côco, conhaque até
uísque.
São cordiais e alegres. Parecem dançar a maior parte do
tempo, mas com seus movimentos estão é recolhendo negatividades e purificando
as pessoas e o ambiente.
Podem se envolver com qualquer tipo de assunto e têm
capacidade espiritual bastante elevada para resolvê-los. Trabalham para curar,
desmanchar magias negativas, proteger e abrir caminhos. Atuam muito na cura de
problemas de cunho espiritual e emocional, particularmente no campo das
chamadas doenças mentais (ansiedade, fobias, depressão, síndrome do pânico,
compulsões, esquizofrenia etc.), pois seu magnetismo é bastante eficaz sobre os
distúrbios originários de desequilíbrios do Sentido da Fé.
De modo geral, os Malandros se apresentam com uma fita
vermelha no chapéu. Mas os que atuam na cura usam uma fita branca, símbolo do
curador, ligado ao Pai Oxalá.
Dentro da Linha existem também as manifestações femininas,
das quais Maria Navalha e Maria do Cais são os exemplos mais conhecidos.
Como regra geral, os Malandros não são Exus. São Entidades
que integram Linhas de Trabalho distintas. Mas alguns Malandros se manifestam
nas sessões de Esquerda, junto com os Exus.
Uma figura bastante conhecida dentro desta Linha é Seu Zé
Pelintra.
Seu Zé, como é conhecido popularmente, é uma Entidade
peculiar, pois tanto se manifesta na Direita quanto na Esquerda. Na Direita,
ele vem como Malandro mesmo, ou como Baiano, ou ainda como Preto Velho
quimbandeiro (isto é, voltado para o corte de magias negativas). E pode vir na
Esquerda, como Exu. Por que será? Ora, uma das grandes características dos
Malandros não é a flexibilidade? Pois então... Seja como for, ele é um Guia a
serviço da Luz.
Já no Catimbó, Zé Pelintra é “doutor”, é um curador, é um
Mestre da Jurema bastante respeitado. Na Jurema, Seu Zé Pelintra não tem a
conotação de Exu, a não ser quando a reunião é de Esquerda, porque os Mestres
da Jurema têm essa capacidade de pode vir tanto na Direita quanto na Esquerda.
Na Esquerda, os Mestres vêm para cortar o mal.
No Catimbó, Seu Zé usa bengala (que pode ser qualquer cajado),
cachimbo e faz uso ritualístico da cachaça. Dança côco, baião e xaxado e
abençoa a todos, que o abraçam e o chamam de padrinho.
A personagem principal da “Ópera do Malandro”, de Chico
Buarque de Holanda, ao que consta, foi baseada nos modos e trejeitos de Seu Zé
Pelintra.
E Itamar Assumpção, em parceria com Wally Salomão, compôs
para Seu Zé Pelintra esta música, que leva o nome da Entidade:
Zé Pelintra desceu
Zé Pelintra baixou
É ele que chega e parte a fechadura
Do portão cerrado.
Zé Pelintra desceu
Zé Pelintra baixou
É ele quem chamega, quem penetra
Em cada fresta e rompe o cadeado.
E quando Zé Pelintra pinta na aldeia
O povo todo saracoteia
Aparta briga feia, terno branco alinhado
Cabelo arapuá de brilhantina besuntado.
Ele, do ovo, é a porção gema, bebe suco da jurema
Resolve impossível demanda
Homem elástico, homem borracha
Desliza quem nem vaselina
Saravá a sua banda.
É ele quem abre uma brecha
Acende uma tocha no breu
Desparafusa a rosca
Seu cavalo sou eu.
(Fonte: O site: do afro ao brasileiro ponto org.)
Contam-se muitas estórias sobre quem teria sido Zé Pelintra
quando encarnado. Alguns dizem que viveu em Pernambuco, outros afirmam que
viveu no Rio de Janeiro.
Porém, não podemos nos esquecer de que dentro da Linha dos
Malandros, como nas demais Linhas de Trabalho da Umbanda, estão agrupados
espíritos que tiveram encarnações diferentes entre si. O ponto central é
sabermos que esses Espíritos não estão presos a seus antigos nomes e sim, que
foram agrupados a partir de suas afinidades vibratórias e evolutivas e de suas
especialidades (campos de atuação).
Nomes Simbólicos: Zé Pelintra, Zé Malandro, Zé do Côco, Zé
da Luz, Zé de Légua, Zé Moreno, Zé Pereira, Zé Pretinho, Malandrinho, Camisa
Preta, Camisa Listrada, Sete Navalhas, Malandro do Morro.
Algumas Entidades Femininas que se manifestam nesta Linha:
Maria do Cais, Maria Navalha.
Dia da semana: Não há um dia específico, tendo em vista que
a Linha tem um campo de atuação muito vasto e se manifesta tanto na Direita
quanto na Esquerda. Os Malandros que trabalham na cura costumam ser mais
associados ao sábado, regido por Saturno e Urano, planetas relacionados ao
Orixá Obaluayê. Já os que trabalham no corte de demandas têm uma associação
mais direta com a terça-feira, regida por Marte e relacionada aos Orixás Ogum,
Yansã e Omolu.
Campo de atuação: Limpeza energética, purificação e
equilíbrio; quebra de preconceitos; desapego; corte de magias negativas;
abertura de caminhos para a prosperidade em geral (espiritual e material); cura
espiritual, emocional, mental e física.
Ponto de Força: O Ponto de Força dos Malandros é na subida
de morros, nas esquinas e encruzilhadas, aos pés de coqueiros e até em
cemitérios, dependendo do seu campo específico de atuação.
Cor: Branco/preto; branco/vermelho; vermelho/preto.
Guias ou colares: Suas guias ou colares podem ser de vários
tipos, tais como: confeccionadas com coquinhos; de contas de porcelana
vermelhas e pretas, ou vermelhas e brancas, ou ainda pretas e brancas; de
sementes (olho de cabra, olho de boi, obi branco); de pedras; de palha da costa
com búzios.
Elementos de trabalho: Baralho, moedas, dados, palitos,
palha da costa, pedras, pembas, sumos de ervas, barbante, linhas, fitas,
búzios, sementes, côco, água de côco, terra, dendê, azeite de oliva.
Ervas: Quebra demanda; arruda; guiné; comigo-ninguém-pode;
aroeira; palha da costa; levante; anis estrelado; algodoeiro; tapete de Oxalá;
alecrim; jasmim; manjericão roxo; folha de bambu; folhas de laranja e de limão;
folha de café; folha e semente de cacau; folha de beterraba; rama de cenoura;
café em grão e em pó; urucum; folha de pitanga; folhas de palmeira e de
coqueiro; folha de bananeira; tiririca; barba de velho; raízes; cipós; cabelo e
palha de milho; louro; losna; agrião; coentro; orégano; noz moscada; pára-raio;
espada de São Jorge; espada de Santa Bárbara; lança de São Jorge; mentas
(vários tipos de hortelã); boldos (vários tipos); ervas amargas; salsinha.
Sementes: Olho de boi, olho de cabra, obi branco (ou noz de
cola).
Fumo/defumação: Charutos, cigarrilhas, fumo de corda, ervas
enroladas na palha.
Pedras: Variam, dependendo da forma de manifestação da
Entidade Malandro.
Para os que vêm como Baianos: Quartzo branco leitoso;
Cristal; Jaspe Vermelho; Granada; Citrino; Pirita; Topázio Imperial. No geral,
as pedras brancas, vermelhas e amarelas- embora eles possam manipular muitas
pedras diferentes, de acordo com a necessidade do trabalho.
Para os que vêm na Esquerda: Ágata Preta, Turmalina preta,
Vassoura da Bruxa, Ônis, Quartzo Fumê, Mica Preta.
Para os curadores: Pedras brancas (Quartzo Branco
transparente e leitoso, Calcita Ótica, Topázio Branco); Pedras índigo
(Lápis-Lazúli, Sodalita) e ou Pedras violetas (Ametista, Cacochinita, Fluorita
Lilás).
FONTE: Angélica Lisanty, livros: “Os Cristais e os Orixás”,
2088, páginas 83/85; “Elixir de Cristais”, 2006, páginas 101/113, ambos da
Madras Editora.
Flores: Rosas e cravos vermelhos e brancos; flores vermelhas
e amarelas.
Oferendas:
1- Um côco verde (separar a água); ervas; flores vermelhas e
ou brancas; 7 linhas brancas e 7 pretas; 7 fitas vermelhas e 7 amarelas;
frutas; 7 moedas de qualquer valor; 7 velas bicolores branco/preto. Forrar o chão
com as ervas. Retirar a água do côco e reservar. Abrir o côco, tirando uma
tampa, e colocar dentro dele as moedas. Colocar o côco no meio das ervas e em
volta dele dispor, sempre em círculos: as flores; as frutas; as linhas,
alterando as cores (branco/preto) e as fitas, também alternando as cores
(vermelho/amarelo). Circular tudo com a água do côco. Em torno, firmar as velas
e pedir prosperidade espiritual e material, em todos os sentidos. Quando as
velas queimarem, retirar todo o material, caso a oferenda seja feita na
Natureza.
2- Lascas de uma rapadura; lascas de fumo de rolo; um copo
de melado de cana (ou oito pedaços pequenos de cana); um punhado de fubá; 7
sementes de olho de boi; 7 sementes de olho de cabra; 1 vela bicolor
branco/preto; uma folha de bananeira lavada e cruzada com azeite de oliva.
Abrir a folha de bananeira e sobre ela dispor as lascas de rapadura e as de
fumo. Por cima, ir derramando o melado, fazendo círculos no sentido horário. Se
optar por pedaços de cana, eles devem ser colocados da mesma forma. Circular
com as sementes de olho de boi e depois com as de olho de cabra. Derramar o
fubá sobre toda a oferenda, com a mão direita, em círculos horários. Na frente,
firmar a vela e pedir limpeza, equilíbrio energético e cura (espiritual,
mental, emocional e/ou física). Recolher tudo quando a vela queimar, se fizer a
oferenda na Natureza.
Incensos: Quebra demanda, sete ervas.
Saudação: Salve os Malandros!
Cozinha ritualística:
1- Carne seca com abóbora: Dessalgar a carne seca, cortar em
cubos e cozinhar. Guardar a água do cozimento. Refogar a carne já cozida com um
pouquinho de dendê, azeite de oliva, cebola, alho, tomate e pimentão amarelo
picados. Reservar. Na água do cozimento da carne, colocar para cozinhar pedaços
de abóbora cortada em cubos, com o cuidado de não deixar amolecer demais.
Juntar os pedaços de abóbora cozidos ao refogado da carne, misturar
delicadamente e refogar por uns minutos, em fogo mínimo, com a panela tampada.
Temperar com molho de pimenta, orégano e cheiro-verde (temperos a gosto).
2- Farofa de carne seca – Ingredientes: 350 g de carne seca;
um pouquinho de dendê; 1 cebola grande picada; 2 dentes de alho amassados; 2
xícaras de farinha de mandioca torrada; cheiro-verde picadinho; 2 pimentas
vermelhas picadinhas (retirar as sementes); orégano. Preparo: Deixar a carne
seca de molho, de véspera, e ir trocando a água. Cozinhar e desfiar quando ela
estiver já fria. Numa panela média, aquecer o dendê e dourar o alho e a cebola.
Juntar a pimenta e refogar mais um pouquinho. Acrescentar a carne seca,
deixando por alguns minutos, em fogo baixo e com a panela tampada, para que a
carne absorva o sabor dos temperos. Juntar a farinha, mexer e retirar do fogo.
Acrescentar os temperos.
3- Farofa de farinha de milho amarela com carne seca,
mandioca, abóbora e pimentas .
4- Doce de abóbora feito com pedacinhos de gengibre e
enfeitado com lascas de rapadura.
5-Cocada mole; doce de côco; doce de abóbora com côco.
6- Bolinhos de tapioca: Ralar um côco seco, juntar a água do
côco, triturar bem no liquidificador. Colocar a tapioca de molho nessa mistura,
até inchar. Fazer os bolinhos e grelhar ou assar. Servir com lascas de
rapadura.
7-Feijão preto cozido sem sal e coberto com côco seco fatiado
e milho amarelo.
(SETE PORTEIRAS)
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