quinta-feira, 22 de maio de 2014

A LINHA DOS CIGANOS



Os Ciganos inicialmente se manifestaram na Umbanda dentro da Linha do Oriente. 





Mais tarde, vieram como Linha autônoma e com um campo especializado de atuação, que se volta muito para a magia visando à prosperidade, à união das famílias, ao amor, à cura, à quebra de magias negativas, à superação de preconceitos e de traumas e bloqueios emocionais. 



A Linha dos Ciganos tem a Regência dos Orixás Egunitá (que inclusive é sincretizada com Santa Sara Kali, a Padroeira do Povo Cigano), Oyá-Tempo e Yansã. 



A Linha traz o arquétipo de um povo muito antigo e místico, de alma livre, desapegado e, por isso mesmo, capaz de atrair a prosperidade no campo espiritual e material e de ensiná-la a quem precise. 



Popularmente, às vezes se pensa que os Ciganos eram apegados a jóias e metais preciosos, mas o que ocorre é que esses valores eram de fácil transporte para eles, que eram nômades, e assim procuravam ter meios de subsistência. O desapego e o senso de liberdade aparecem na sua maneira de viver, que é sustentada em suas crenças, tradições e na valorização da família. Nunca se envolveram em disputas por domínio ou conquistas. 



Segundo a maioria dos pesquisadores da atualidade, a origem dos Ciganos está na Índia. Ao que tudo indica, de início não eram nômades, mas condições adversas os levaram a peregrinar. Alguns pesquisadores apontam que foram expulsos por invasores muçulmanos, por volta do século 10, e daí em diante tornaram-se nômades. 



Os Ciganos são grandes conhecedores da magia, alegres, amantes da natureza, muito voltados para a família, serenos e sábios conselheiros. São especialistas em preparar remédios com raízes, folhas, pós e pomadas. São portadores de uma Energia que favorece muito a prosperidade, pois estimula nas pessoas um sentimento de liberdade, de amor e celebração da vida, bem como o desapego, fatores indispensáveis para se atrair a ”boa sorte” e “a fortuna”. 







O Povo Cigano traz uma extraordinária bagagem cultural. Por sua natureza nômade, os Ciganos viveram em diversas regiões do mundo, acabando por somar aos próprios conhecimentos aquilo que assimilaram de tantas outras culturas. 



Ao longo da história, os Ciganos enfrentaram inúmeros preconceitos, desconfianças e acusações injustas, sendo banidos de muitas regiões do planeta. Eram fechados na sua maneira de viver, no sentido de que falavam um idioma próprio e nunca tiveram uma tradição escrita, tudo é passado oralmente; e, por serem muito místicos, pareciam sempre misteriosos. Muitos foram presos e escravizados; grande número deles foi assassinado na Inquisição e, mais recentemente, pelo nazismo. 



Todos os povos têm entre si bons e maus elementos; e com os Ciganos não poderia ser diferente. O que não se pode é julgar todos pelo comportamento da minoria. A causa de tantas perseguições foi a sua cor de pele e a sua mística (seus dons místicos), outro motivo nunca foi provado. Eles sofreram porque eram diferentes; e infelizmente até hoje “ser diferente” incomoda a alguns e gera atos de preconceito e de discriminação abomináveis. 



Apesar de tudo isso, os Ciganos souberam preservar sua mística, sua alma livre e suas tradições culturais; inclusive a partir do idioma, o Romani (ou Romanês), até hoje falado pela grande maioria dos Ciganos de todo o mundo. Eles mantiveram sua fé, suas crenças, sua sabedoria, sua magia, seu espírito livre de “cidadãos do mundo”, nunca lutaram por uma terra própria, não se apegaram a pedaço algum de chão. São “viajantes que dormem sob o teto das estrelas; filhos da Terra, da água, do vento, do sol, da lua, da chuva, do dia e da noite; e irmãos de todas as criaturas”, como nos disse um dia uma Entidade Cigana. Existe noção mais bela de vida do que esta: “ser um viajante”? Afinal, estamos aqui de passagem... 



Por toda a sua bagagem espiritual e cultural e por sua história de peregrinações e sofrimento, os Ciganos receberam do Astral Superior uma Linha de Trabalho que lhes rende homenagem. Não foram aceitos em alguns lugares, quando encarnados. Mas, ao desencarnar, conquistaram um Grau perante a Espiritualidade; vindo a somar suas forças às das demais Falanges de Trabalhadores da Umbanda, o que nos proporciona o privilégio de entrar em contato com esses espíritos antigos, que muito podem nos auxiliar, como de fato auxiliam, com sua sabedoria de vida.







Trabalham preferencialmente na Vibração da Direita e neste caso não costumam usar a cor preta (em velas, roupas etc.). Aqueles que trabalham na Vibração da Esquerda são os Exus e as Pombagiras Ciganas, Guardiões e Guardiãs a serviço da Luz nas trevas, dentro dos seus campos de atuação, como todo Guardião e Guardiã. 



Os Ciganos gostam de música e dança. Suas Giras são envolventes, coloridas pelas suas vestes e, acima de tudo, pela sua energia alegre e amiga. 



Usam muitos elementos magísticos, tais como: lenços e fitas coloridas, moedas, punhais, espelhos, taças, chaves, baralho, dados, pedras, runas, leques e incensos. Observam muito as fases da Lua para os seus trabalhos. No geral, a Lua Cheia é considerada a mais favorável, é a “lua madrinha” dos Ciganos. 



Cada incenso que usam tem uma finalidade específica. Exemplos:





●Mirra- incenso considerado sagrado. Usado para limpeza, durante e após os rituais, bem como para desfazer magias negativas;

●Sândalo- para estabelecer a sintonia com o Astral;

●Lótus- para paz e tranquilidade;

●Benjoim- para proteção e limpeza;

●Madeira- para abrir os caminhos;

●Almíscar- para favorecer os romances;

●Jasmim- para o amor;

●Laranja- para acalmar uma pessoa ou um ambiente.



Costumam indicar o incenso de sua preferência, ligado ao seu campo específico de trabalho. Numa oferenda para manutenção, agrado ou tratamento, podemos usar incenso de rosas (leveza, elevação e louvação espiritual), na falta de indicação específica.







Alguns Símbolos Ciganos: 



Tudo no mundo Cigano está envolvo em magia. Há muitos símbolos, como estes: 



●Roda – É o grande símbolo Cigano. Simboliza o “Sansara”, o ir e vir; o passar por diversos estados; o ciclo nascimento/morte/renascimento. Usado para “o despertar da consciência” e assim promover a evolução e o equilíbrio. 



●Estrela de seis pontas- Simboliza proteção. É o símbolo dos grandes Chefes Ciganos. Usado como talismã de proteção contra inimigos visíveis e invisíveis. Também conhecido como Estrela Cigana e Estrela de David. Representa sucesso e evolução interior. Suas seis pontas formam dois triângulos iguais, que indicam a igualdade entre o que está encima e o que está embaixo (princípio de uma das Leis Herméticas). 



●Estrela de cinco pontas (pentagrama)- Simboliza evolução, o domínio dos cinco sentidos. Usado para proteção, está associado à intuição, à sorte e ao êxito. 



●Ferradura- Simboliza energia e sorte. Os Ciganos a consideram um poderoso talismã. É usada para atrair energia positiva, a boa sorte e a fortuna e para afastar a má sorte. Também representa o esforço e o trabalho. 



●Chave- Simboliza as soluções. Usada para atrair boas soluções de problemas. Quando trabalhada no fogo, atrai sucesso e riquezas. 



●Lua- Simboliza a magia e os mistérios. Usada geralmente pelas Ciganas para atrair percepção, o poder feminino, a cura e o exorcismo, e sempre atentando para as suas fases: Nova, Crescente, Cheia e Minguante. A Lua Cheia é o maior símbolo de ligação com o Sagrado, sendo chamada de “madrinha”. As grandes festas Ciganas sempre acontecem em noites de Lua Cheia. 



●Coruja- Simboliza "ver a totalidade". É usado para ampliar a percepção com a sabedoria, possibilitando ver a totalidade, o consciente e o inconsciente. 



●Âncora- Simboliza segurança. Usada para trazer segurança e equilíbrio no plano físico, inclusive financeiro, e para se livrar de perdas materiais. 



●Moeda- Simboliza proteção e prosperidade. Usada contra energias negativas e para atrair dinheiro. É associada ao equilíbrio e à justiça, bem como à riqueza material e espiritual representada nas duas faces da moeda (cara e coroa). Para os Ciganos, cara é o ouro físico; e coroa é o espiritual. 



●Punhal- Simboliza força, poder, vitória e superação. Muito usado nos rituais de magia, tem o poder de transmutar energias. Os Ciganos usavam o punhal para abrir matas e por isso ele é um dos grandes símbolos de superação e pioneirismo, além da roda. 



●Taça- Simboliza união e receptividade (qualquer líquido cabe nela e adquire sua forma). No casamento Cigano, os noivos tomam vinho numa única taça, representando valor e comunhão eterna. 



●Trevo- É o símbolo mais tradicional de boa sorte. O trevo de quatro folhas traz felicidade e fortuna; encontrar um é prenúncio de boas notícias.

Fonte:7 porteiras

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