Umbanda, quem és tu?
Sou a fuga para alguns, a coragem para outros.
Sou o tambor que ecoa nos terreiros, trazendo o som das selvas e das senzalas.
Sou o cântico que chama ao convívio seres de outros planos.
Sou a senzala do Preto Velho, a ocara do Bugre, a cerimônia do Pajé, a encruzilhada do Exu, o jardim da Ibejada, o nirvana do Hindu e o céu dos Orixás.
Quem és tu umbanda?
Sou o café amargo e o cachimbo do Preto Velho, o charuto do Caboclo e do Exu; o cigarro da Pomba-Gira e o doce do Ibeji.
Sou gargalhada da Padilha, o requebro da Cigana, a seriedade do Seu Tranca-Rua.
Sou o sorriso e a meiguice de Maria Conga, Cambinda, a traquinagem do Zequinha e a sabedoria do Seu Sete Flechas.
Sou o fluído que se desprende das mãos do médium levando a saúde e a paz.
Quem és tu umbanda?
Sou o isolamento dos orientais onde o mantra se mistura ao perfume suave do incenso. Sou o Templo dos sinceros e o teatro dos atores.
Sou livre. Não tenho Papas. Sou determinada e forte.
E de onde vem tuas forças umbanda?
Minhas forças? Elas estão no homem que sofre e que clama por piedade, por amor, por caridade.
Minhas forças estão nas entidades espirituais que me utilizam para seu crescimento.
Estão nos elementos da natureza; a água, a terra, o fogo e o ar; na pemba, na guia, na mandala do ponto riscado.
Estão finalmente na tua crença, na tua Fé, que é o elemento mais importante na minha alquimia.
Onde mesmo estão tuas forças umbanda?
Minhas forças estão em ti, no teu interior, lá no fundo, na última partícula da tua mente, onde te ligas ao Criador.
Ah! Quem sou? Sou a humildade, mas cresço quando combatida.
Sou a prece, a magia, o ensinamento milenar, sou cultura.
Sou o mistério, o segredo, sou o amor e a esperança.
Sou a cura.
E de quem sou?
Sou de ti.
Sou de Deus.
Sou Umbanda.
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