quarta-feira, 13 de junho de 2012

AS CRIANÇAS NA UMBANDA


AS CRIANÇAS NA UMBANDA
A linha das crianças, cujos membros baixam nos centros de Umbanda, é de todas a mais misteriosa.
Esses espíritos infantis nos surpre­en­dem pela ternura, inocência, argúcia, carinho e amor que vibram quando baixam em seus médiuns.
O arquétipo não foi fornecido pelo lado material da vida, pois uma criança com seus 7, 8 ou 9 anos de idade, por mais inteligente que seja, não está apta intelectualmente a orientar adultos ator­mentados por profundos desequi­líbrios no espírito ou na vida material.
Quem forneceu o arquétipo foram os seres que de­nominamos “encanta­dos da natureza”.
Não foi baseado em espíritos de crian­ças que desencarnaram que essa linha foi fundamentada, e sim nas cri­an­­ças encan­tadas da natureza, que os aco­lhem em seus vastos reinos na na­tureza em seu lado espiritual e os am­param até que cresçam e alcancem um novo estágio evo­lu­tivo, já como espí­ri­tos naturais.
Os espíritos que se manifestam na li­nha das crianças atendem pessoas e auxiliam-nas com seus passes, seus ben­zi­mentos e suas magias elementais, tudo isso feito com alegria e simpli­cidade enquanto brincam com seus carrinhos, apitos, bonecas e outros brin­­quedos bem caracterizadores do seu arqué­tipo.  Ele é tão forte que adul­tos encar­na­dos sisudos se transfiguram e se tornam irreconhecíveis quando incor­poram sua criança.
A presença desses espíritos infantis é tão marcante que mudam o ambiente em pouco tempo, descontraindo todos os que estiverem à volta deles.
Todo arquétipo só é verdadeiro se for fundamentado em algo pré-exis­tente. O arquétipo “Caboclo” funda­men­­tou-se no índio brasileiro e no sertanejo mestiço. O arquétipo “Preto-Velho” funda­men­tou-se no negro já an­cião, rezador, mandingueiro e curador.
O arquétipo “Criança” fundamen­tou-se na inocência, na franqueza e na ingenuidade dos seres encantados ainda na primeira idade: a infantil.
E, caso não saibam, há dimensões inteiras habitadas só por espíritos nesse estagio evolutivo conhecido, no lado ocul­to da vida, como “estágio encan­tado”. Nessas dimensões da vida há eles e suas mães encantadas, todas elas devotadas à educação moral, cons­ciencial e emocional, contendo seus excessos e direcionando-os à senda evolucionista natu­ral, pois eles não serão en­viados à dimensão hu­mana para encar­na­rem.
A elas compe­te supri-los com o indis­pensável para que não entrem em de­pressão e caiam no autismo ou regres­são emocional, muito comum nessas dimensões.
Nelas há reinos encantados muito mais belos do que os “contos de fadas” do imaginário popular foi capaz de des­crever ou criar.
Cada reino tem uma senhora, uma mãe encantada a regê-lo. E há toda uma hierarquia a auxiliá-la na manu­tenção do equilíbrio para que os milha­res de espíritos infantis sob suas guar­das não regridam, e sim, amadureçam lentamente até que possam ser condu­zidos ao estágio evolutivo posterior.
O arquétipo é forte e poderoso porque por trás dele estão as mães Orixás, sustentando-o, e também es­tão os pais Orixás, guardando-o e ze­lan­do pela integridade desses espíritos infantis.
A literatura existen­te sobre esse estágio se restringe a alguns livros de nossa auto­ria que abordam o está­gio encantado da evolução dos espíritos.
Mas que ninguém duvide da exis­tên­cia dele porque ele realmente existe e não seriam “crianças” humanas recém-desencarnadas e que nada sabiam da magia que iriam realizar os prodígios que os “Erês” realizam em benefício dos freqüentadores das suas sessões de trabalhos ou com forças da natureza quando oferendados em jardins, à beira-mar, nas cachoeiras ou em bosques frutíferos.
Há algo muito forte por trás do arquétipo e esse algo são os Orixás encantados, os regentes da evolução dos espíritos ainda na “primeira idade”.
Para conhecerem melhor o estágio encantado da evolução, recomenda­mos a leitura do livro de nossa autoria A Evolução dos Espíritos, editado pela Madras.
Pai Rubens Sarasceni.

UMBANDA

Da atitude de Zélio de Moraes, em 15 de novembro de 1908, que, incorporado, declarou estar "faltando uma flor" na mesa da Federação Espírita de Niterói, surgiu um dos pontos cantados mais belos da umbanda:

Surgiu no jardim mais uma flor,
Mamãe Oxum trazendo paz e amor,
Que vai crescendo, por este imenso Brasil.
Bandeira branca de Oxalá, força do Além,
Mãe caridosa que ao mundo deseja o bem...
Vai sempre em frente, ó minha umbanda querida!
Leva a doçura da vida para aqueles que não têm.

Assim foi delineada a doutrina que se conhece por umbanda, despida de preconceitos racistas, pela sua origem africana, no sentido de agrupar em suas atividades escravos, senhores, pretos, brancos, nativos, exilados, imigrantes, descendentes, e todos os povos do mundo, sediados em solo brasileiro.

(Ramatís, A Missão do Espiritismo, 1967.)
O MISTÉRIO POMBAGIRA MIRIM ou MENINA

Devido o pedido de muitas pessoas que receberam os textos sobre os eres e Exu Mirim, vou discorrer de forma livre sobre a linha das Pombagiras Mirins, seres encantados tão desconhecidos quanto os Exus Mirins.


Todos os mistérios da Criação divina sempre mostram-se aos pares ainda que nem sempre isso nos seja visível porque desconhecemos quase tudo sobre eles.


No caso de algumas linhas isso já esta se mostrando e nem nos damos conta do qu
e esta tão visível.

Se não, então vejamos:

Exu do Lodo - Pombagira do Lodo

Exu Veludo - Pombagira Veludo

Exu do Cemitério - Pombagira do Cemitério

Exu Sete Encruzilhadas - Pombagira Sete Encruzilhadas

Exu Sete Capas - Pombagira Sete Véus

Exu Cigano - Pombagira Cigana

Exu das Matas - Pombagira das Matas

Exu das Sete Praias - Pombagira das Sete Praias

Exu Navalha - Pombagira Navalha

Exu João Caveira - Pombagira Rosa Caveira, etc..

Nas linhas da direita acontece a mesma bipolarização mas são menos visíveis, até porque quando o caboclo é ativo e (incorporante) a cabocla é passiva (não incorporante) ou seu nome simbólico é diferente do dele, fato esse que dificulta a identificação dos pares de guias da direita.

Pai João do Congo forma par com Mãe ou Vovó Maria Conga.

Pai João do Cruzeiro forma par com Mãe Maria das Almas.

Pai João de Angola forma par com Vovó Maria do Rosario. Etc..

Caboclo das Matas - Cabocla Jurema.

Caboclo Pena Branca - Cabocla Guaraciara.

Caboclo Sete Ondas - Cabocla Yara. Etc..

Bom paremos por aqui senão iremos revelar algo ainda fechado no tocante às linhas da direita, certo?

O fato é que existe toda uma Dimensão da Vida localizada a sete graus à esquerda da Dimensão Humana da Vida, escala essa que é horizontal e cada um dos seus graus contem todo um universo em si mesmo, dentro do qual desemboca toda uma Realidade Divina que começa no interior de Deus, dentro de uma de suas Matrizes Geradoras de Vidas, vidas essas que são geradas aos pares (masculino e feminino).

Portanto, existem 77 dessas Dimensões da Vida que desembocam nesse nosso abençoado planeta e a humana é a de número 21 na escala magnética divina horizontal.

A de nº 20 é a habitada pelos seres naturais regidos pelo Orixá Exu e a de nº 22 e habitada pelos seres naturais regidos pelo Orixá Ogum, só para que entendam essa escala divina, certo?

Todos os graus abaixo de 21 são classificadas como negativas e as acima são classificadas como positivas.

A partir da compreesão desse mistério intra-planetário então podemos discorrer sobre o mistério Pombagira Mirim pois assim como essa Matriz Divina gera Exu Mirim, também gera um ser feminino em tudo análogo a ele (em poderes e mistérios) e que também se manifesta na Umbanda quando lhe é possível ou permitido, sendo muito comum elas se apresentarem como Pombagiras Meninas.

Em outros casos, apresentam- se como Pombagira Mariazinha (diminutivo de Maria Molambo ou Padilha), etc..

É claro que em um médium só se apresentará um Exu Mirim e a Pombagira Mirim será passiva (não incorporante). Já em uma médium tanto pode incorporar o Exu Mirim quanto a Pombagira Mirim, mas nunca os dois serão ativos e, ou será ele ou será ela que sempre incorporará e trabalhará nas giras de atendimento ao público.

Mas isso não quer dizer que não possa incorporar esporadicamente tanto o exu quanto a Pombagira Mirim em uma gira fechada ( não aberta ao publico).

E antes que alguém pergunte qual é a oferenda para elas, saibam que é igual às das Pombagiras adultas.

É claro que aqui só comentei um pouco sobre as Pombagiras Mirins e há muito mais sobre elas, mas vou parar por aqui senão terei que escrever um livro só sobre esse mistério da Umbanda, certo?



Pai Rubens Saraceni