quinta-feira, 25 de agosto de 2011

OFERENDAS, PORQUE FAZÊ-LAS?


É muito comum ouvirmos os guias espirituais recomendando aos consulentes que façam
algum tipo de oferenda em algum campo vibratório da natureza para que possam ser ajudadas nas
mais diversas necessidades, sendo que nem sempre dão qualquer explicação sobre elas.
Também são comuns as pessoas que não sabem nada sobre o assunto
deixarem de fazê-las, seja porque não sabem, seja porque têm vergonha de
serem vistos fazendo-as ou porque não acreditam no poder delas auxilia-los.
E a isto ainda devemos acrescentar que muitos, por nunca terem feito
uma oferenda, acabam fazendo-as de forma errada e de pouca valia.
Antes de prosseguirmos vamos retornar no tempo e ver como era o campo das
oferendas há alguns milênios atrás, pois sem isto não é possível fundamentar
esse procedimento atualmente, quando já “evoluímos” tanto, certo?
Estudando as religiões antigas, muitas das quais já desaparecidas, o
habito de se fazer oferendas a Deus, a Divindades, a Poderes e Forças da
Natureza era comum a todas e cada uma delas possuía seus ritos próprios
para realiza-las, sendo que eram acompanhados de cantos sacros durante
suas feituras, assim como, seus realizadores se submetiam a atos de purificação corpórea e
espiritual antes de fazê-las.
Jejuns, banhos de purificação, rezas e defumações, abstinências e recolhimentos em algum
local sagrado, tudo isto era feito, sendo que algumas possuíam ritos elaboradíssimos que eram
seguidos à risca por aqueles que iriam realiza-las e por todos que delas se beneficiariam.
Cada religião e povo do passado possuía seu formulário de oferendas e tinham à disposição
muitos tipos de oferendas, cada uma para uma finalidade, mas com todas desenvolvidas pelos
responsáveis por estas antigas religiões.
Estudando a história das religiões e dos povos antigos, vemos que certas praticas ou ritos
ofertatórios eram datas nacionais respeitadíssimas e algumas duravam vários dias, durante os quais
não se trabalhava e todos se resguardavam, corporal e espiritualmente, para o momento tão
esperado, quando, finalmente, estariam diante de Deus ou de alguma de suas Divindades, muitas
vezes representada por um sacerdote ou sacerdotisa, paramentado como havia sido descrita a partir
da visão dela por algum clarividente, pois eles também existiram no passado, não sendo privilégio
recente da humanidade.
Estes ritos ofertatórios elaboradíssimos perduraram por milênios e só foram deixados de lado
parcialmente, porque as religiões que substituíram as antigas os reaproveitaram e, depois de
algumas alterações e substituições, continuaram a servir-se deles.
Isto já foi descrito por diversos estudiosos das antigas religiões, que encontraram similaridades em
praticamente todos os ritos cristãos e judaicos, com estes tendo assimilado vários deles da antiga
Religião Egípcia, praticada no tempo dos Faraós.
É claro que ninguém cita de onde se inspiraram para elaborar seus próprios ritos e todos
atribuem eles a uma comunicação com os mensageiros divinos, certo?
Mas, mesmo que isto seja verdade (e porque não?), o fato é que existe uma espinha dorsal,
uma linha mestra mesmo, para a formação das religiões e o “roteiro” seguido por todas vem se
repetindo sempre, com uma pessoa iluminada responsabilizando-se pela nova religião, confiada a
eles por mensageiros divinos ou espirituais, e isto não é novidade para os estudiosos das religiões e
de como cada uma começou aqui no plano material.
Reconhecemos que assim tem sido e que pessoas realmente iluminadas, incumbidas de
funda-las por mensageiros divinos ou espirituais, cumpriram seus compromissos renovadores da
religiosidade dos seus “rebanhos”.
Assim foi e sempre será, pois sem o amparo divino e espiritual nenhuma religião subsiste no
tempo e no espaço.Aqui, não queremos escrever um texto erudito e nem dar uma aula de história das religiões
para ninguém e, por isso mesmo recomendamos aos interessados no assunto que estudem nos
livros específicos, muito importantes para o nosso aprendizado e compreensão dessa espinha dorsal
formadora de novas religiões, pois o nosso propósito inicial é comentarmos sobre as oferendas.
Pois bem! O fato é que cada religião possui seus ritos ofertatórios, e ponto final!
A Umbanda, criada a partir de outras religiões e recebendo a influencia delas até pela
formação religiosa dos guias espirituais, oriundos de quase todas as que já existiram ou ainda estão
atuando na face da terra, desenvolveu todo um formulário de oferendas aos orixás, aos Guias
espirituais da Direita e da Esquerda, cobrindo boa parte das necessidades dos seus seguidores
nesse campo.
Vários autores já escreveram em seus livros vários tipos de oferendas para as mais diversas
forças espirituais ou poderes divinos, e isto não é novidade, certo?
Se o ato de se fazer oferendas é um habito ou procedimento religioso tão antigo quanto a
humanidade, porque ainda hoje esta pratica desperta polemicas ou celeumas calorosas entre os
prós os contra tais hábitos, com algumas (ou muitas) pessoas fazendo esta pergunta:
Será que Deus, que uma Divindade, que um Espírito iluminado precisa comer?
Aí esta o xis da questão, pois, se precisam ser alimentados por nós, então são tão fracos ou
frágeis quanto, certo?
Errado! Respondemos nós, que conhecemos o fundamento existente por traz de cada oferenda ou
ato ofertatório, muitos dos quais mentais ou comportamentais. Ou não é verdade que a
recomendação de um Guia espiritual para que uma pessoa mude algum habito para ser ajudado
exige dessa pessoa uma oferenda, que é justamente a oferenda sem volta do habito a ser mudado?
Renunciar a um hábito já arraigado no ser é uma oferenda caríssima e difícil de ser feita, sendo que
muitos se recusam a fazê-la e preferem continuar sofrendo para não mudar seus hábitos.
É muito mais fácil ser ajudado através de uma oferenda constituída de elementos entregues
em algum lugar do que através da renuncia de um hábito, não?
O fato é que determinados auxílios, só são possíveis se houver mudança de hábitos e outros
auxílios são possíveis só com o fornecimento de alguns elementos, que serão manipulados
energeticamente por quem os receber e que irá usar das energias elementares para realizar
diversas coisas em beneficio de quem faz a oferenda.
De fato, Deus, as Divindades e os Espíritos não precisam que lhes alimentemos porque não
vivem no plano da matéria, mas precisam que lhes forneçamos, através de um rito ofertatório,
portanto magico, os elementos específicos que manipularão energeticamente em nossos próprios
benefícios, nos suprindo com um padrão energético etéreo com as mais variadas finalidades, a
maioria delas desconhecidas por nós.
Comidas, bebidas, flores, frutas, sementes, doces, pós, etc., são manipulados através da
alquimia espiritual, realizando a limpeza e purificação do nosso corpo energético ou espiritual,
regenerando-o e devolvendo-lhe o equilíbrio e o bem estar, a saúde e a vitalidade, removendo de
dentro dele as sobrecargas energéticas negativas, os miasmas e larvas astrais, a maioria delas
atraídas e internalizadas por nós, devido nossas quedas vibracionais ou pela baixa qualidade dos
nossos pensamentos e sentimentos íntimos, a maioria prejudiciais ao nosso corpo e espirito.
Só ser a favor ou contra as práticas ofertatórias sem conhecer os fundamentos energéticos
existentes por traz delas não é recomendável.
Para ser a favor é preciso conhecer os seus fundamentos porque, aí sim, quando for fazer alguma
delas, o fará com respeito, zelo e concentração, obtendo um benefício ainda maior.
E ser contra só porque Deus, Suas Divindades e os Espíritos iluminados não precisam comer é
abdicar de um poderosíssimo recurso magístico, que é o que toda ação ofertatória é!
Concordar porque acredita que só dando umas flores, frutas, bebidas e outros elementos, irá
“comprar” os favores de Deus, de uma Divindade ou de um Espírito Iluminado e que será ajudado
por causa dessa troca extremamente favorável aos necessitados de auxilio é burrice, porque eles
não são corruptos como muitos seres encarnados são e que só fazem algo para alguém se receber
algo em troca.
Colocar um ato ofertatório desta maneira para as pessoas é proceder como os “médiuns” que
só ajudam seus semelhastes se forem bem remunerados. E como os há!
Mas discordar desse recurso, inspirado por Deus e por todas as Suas Divindades e
recomendados pelos Espíritos no decorrer dos tempos através das religiões é ignorar osfundamentos existentes por traz de cada ato ofertatório e nada saber como as Forças da Natureza e
os Poderes Divinos atuam em nosso benefício manipulando energias as elementares, tal como os
médicos ou farmacêuticos manipulam os remédios que curam nossas doenças físicas.
Para ser a favor ou contra alguém, contra algo ou alguma prática, antes é preciso conhecer
seus fundamentos, pois, não os conhecendo, não se esta àpto a posicionar-se ou a emitir juízos,
justamente porque os desconhece.
E falar por falar é pura “achologia”, que até pode servir para conversas fiadas, mas não serve
para nada e ainda presta um desserviço porque confunde quem não tem uma posição, mas acaba
sendo influenciado por juízos sem fundamentações corretas.
Não saber que este nosso corpo plasmático ou energético é todo constituído por energias
elementares em diversos padrões vibracionais, que pode ser afetado de diversas formas, a mais
comum é por nós mesmos, é aceitável.
Mas um umbandista não saber que, através de uma oferenda elementar, ele pode ser
regenerado pelas energias elementares manipuladas pelas foças da natureza ou espirituais em
nosso beneficio quando as oferendamos em seus campos vibratórios na natureza é desconhecer um
dos mais poderosos recursos colocados à nossa disposição pela espiritualidade.
E, só porque desconhece isso, ser contra o trabalho realizado através delas por muitos
milhares de Guias Espirituais que têm dedicado suas vidas a socorrer os encarnados, suprindo-lhes
muitas vezes com curas que nem a medicina consegue explicar e muito menos aceitar, é duvidar da
sabedoria espiritual, desenvolvida no decorrer dos tempos com as praticas magicas.
E, duvidar do trabalho desses abnegados trabalhadores astrais, que nada pedem em troca
do auxilio que prestam, nas tão somente pedem que os necessitados lhes forneçam os recursos
“magisticos” ou energéticos elementares que precisam para poderem ajuda-los, aí já é ignorância
mesmo!
Que ninguém faça uma oferenda só por fazer, mas que também não se fique contra elas se
não conhecem seus fundamentos ou seus benefícios.
Pai Rubens Saraceni
fonte: Jornalnacionaldaumbanda 
E-mail: contato@colegiodeumbanda.com.br

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

"A MAGIA DA VIDA" FALANDO DE EXU


O TEXTO ABAIXO FOI TRANSCRITO DO PROGRAMA
"A MAGIA DA VIDA" FALANDO DE EXU
VEICULADO PELA RÁDIO MUNDIAL FM 95,7 MHZ

 

Durante décadas Exu foi conhecido como algo assustador e sombrio. É verdade que cada
Divindade ou Orixá tem um arquétipo, mito ou lenda que o diferencia dos demais; mas não podemos
esquecer que esses mitos e lendas foram escritos por pessoas que vivem aqui na terra. Pessoas que após algum tipo de informação sobre os Orixás e a partir de suas próprias impressões desenvolveram
estórias que foram passadas de geração em geração através da tradição oral.Hoje, com as informações que recebemos diretamente do plano astral, através de espíritos mensageiros que tem a missão de desmistificar essas estórias, sabemos que o Orixá Exu, enquanto mistério manifestado por Deus é indispensável para a manutenção do equilíbrio da Criação. Até então,tínhamos apenas descrições feitas por pessoas sobre a atuação de espíritos que manifestavam aqui na
terra os mistérios do Orixá Exu no plano espiritual. Assim, Exu era descrito a partir da visão que se
tinha dos seus manifestadores espirituais.O termo, “exunização”, criado por Pai Benedito de Aruanda, se refere ao processo em que espíritos são atraídos pela irradiação do
Mistério do Orixá Exu, se integram a essa irradiação e passam a atuar como manifestadores espirituais desse Mistério divino.Embora a visão de Exu na Umbanda fosse limitada aos espíritos
incorporados às suas falanges ou correntes espirituais que atuavam nos
terreiros, no candomblé já existia todo um conhecimento sobre o Orixá
Exu, que inclusive o coloca em pé de igualdade com os outros Orixás.
A Umbanda desenvolveu sua visão através dos espíritos que
incorporavam nos médiuns e falavam de si mesmos. Na visão terrena,
acreditava-se que esses espíritos e o Orixá eram a mesma coisa. Como
tudo acontece no devido tempo, hoje sabemos que o Orixá Exu, assim
como os outros Orixás, transcende tudo o que podemos imaginar sobre
ele.Quanto mais elevado o nível de revelação e conhecimento sobre os Orixás, mais abrangentes
eles se tornam, deixando de ser seres limitados à visão humana, para se tornarem poderes manifestados por Deus. Poderes que não tem forma humana e se estendem por toda a Criação divina, atuando na vida de todos os seres, independente do plano em que se encontram.
O poder atua sobre tudo e sobre todos. Até na formação da própria matéria encontramos sinais
da Onipresença dos Orixás. Quando avançamos nesse campo elevado do conhecimento dos Orixás
enxergamos a profundidade desse poder.A Magia Divina do Sagrado Orixá Exu nos leva para dentro dessa profundidade que foi revelada através de Pai Benedito de Aruanda, Mestre Seiman Hamiser Yê e outros mestres que nos trouxeram outra visão sobre os Orixás, a Criação divina e até sobre o divino Criador Olorum. Um dos pedidos do mensageiro que nos trouxe as informações acerca da Magia Divina do Sagrado Orixá Exu, é de que
esse conhecimento seja usado como um meio de resgatar a divindade que existe no Mistério Exu,
perdida (em parte) no decorrer do tempo.O Candomblé descreve Exu como o mensageiro que leva os pedidos dos homens e traz as respostas dos Orixás. Na Umbanda, ele já foi descrito como um servo dos Orixás. Hoje sabemos que Exu pode ser tudo isso, e que ele é muito mais. Exu é o mensageiro, pois é o Guardião do Oráculo; é quem abre ou fecha as comunicações entre os planos. Exu é servo dos outros Orixás, mas também é servido por eles. Todos os Orixás servem e são servidos entre si e isso se dá dentro de um plano divino elevado, longe da visão de hierarquia desenvolvida pelo ser humano, que cria postos inferiores ou subalternos.Só para se ter uma ideia, o Mistério Exu é em si o “vazio absoluto” existente no exterior de Deus que o guarda em si, dando-lhe a existência e sustentação para que, a partir desse estado, tudo o que é criado tenha seu lugar na Criação. Por ser Exu o guardião do vazio absoluto, e este ter sido o
primeiro estado da criação manifestado por Deus, Exu é, de fato, o primeiro Orixá manifestado por Ele.
Logo, Exu é o primeiro Orixá, o mais velho de todos e o primeiro a ser cultuado.Para entender o conceito de Orixá é necessário olhar de cima para baixo. De baixo para cima
encontramos primeiro os espíritos manifestadores do Orixá e deixamos de ir além. Não podemos, por
exemplo, confundir Ogum com um Caboclo de Ogum, que tem, assim como cada um de nós, uma
consciência particular da Criação. O Caboclo é um espírito, da mesma maneira que nós, os encarnados.
Por estar no plano espiritual, esse espírito tem uma visão muito mais ampla do que nós que estamos
limitados à matéria, e tem a oportunidade de manifestar no espírito o Orixá Ogum, o que não o torna
um Orixá.Pai Benedito de Aruanda nos trouxe o conhecimento da perspectiva dos próprios Orixás, como Mistérios divinos da Criação, em nada inferiores às divindades das outras religiões. Pelo contrário,mostrou que essas divindades também são Orixás. O termo Orixá quer dizer “Senhores do Alto” as potências ou poderes divinos. Denomina os manifestadores originais do Poder de Deus. Assim,podemos afirmar que Jesus, Buda, Krishna e todas as divindades são Orixás, pois são manifestadores do Poder de Deus que transcende qualquer religião.
A Magia Divina do Sagrado Orixá Exu é um curso extremamente iniciático. A cada semana, os
alunos são iniciados em um novo mistério que gera um poder de realização e pode ser aplicado
imediatamente no seu dia-a-dia. Nessa magia, não usamos nenhum elemento, nenhuma roupa especial,
podendo ser praticada a qualquer momento, em qualquer lugar. Tudo acontece através de vibrações,
projeções, movimentos e direcionamentos. As pessoas se surpreendem com a simplicidade. Até hoje,
3500 pessoas já fizeram essa descoberta. 

(TRANSCRITO POR ALEXANDRE CUMINO).

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Médiuns umbandistas

 
Médiuns umbandistas, escrevo-lhes com
o pesar que em cabe, para dar-lhes um alerta,
um pedido e um conselho de reflexão
orientadora, muitos de vós estais perdidos nas
encruzilhadas de vossas consciências, em um
caminho reto escolheis de coração vestir o
branco simbólico da vestimenta mediúnica
Sagrada, agora lhes peço de coração que
vistas a Umbanda em vossos espíritos, a Luz
dos Sagrados Orixás da Aruanda transbordam
a sua volta e basta uma porta aberta para que
essa Luz inunde vossa consciência, espalhem
essa Luz aos que a sua volta estão, pois o
medo ao preconceito assusta vosso coração,
mas fazei o trabalho mais digno que pode.
Médiuns Umbandistas são únicos em
exercício e movimentação de forças da
natureza para auxiliar o que sofre e perambula
nesse mundo atrás de consolo, mas o consolo
energético e purificador é vosso, médium
umbandista, através de vossos guias. Não
feche a mente para essa realidade, os Orixás
são muito mais que seres, são Poderes
eternos, estáveis e Imutáveis, podendo ser
visto por nós como estados puros de energia,
fontes geradoras dos princípios da vida,
reguladores dos seres viventes!
Tudo vive e nada morre, apenas
atravessa de estado de um plano para outro de
um plano mais denso para um mais sutil e vice
versa, a barreira limitadora esta em vós. ..........
Médiuns Umbandistas servis um Poder
Emanado da Fonte Única de todas as fontes,
Deus. Não há limite para o alcance de vossos
trabalhos, o limite é traçado por Deus e suas
Divindades reguladoras da Criação, o limite é
ditado pela Lei Maior e a Justiça Divina,
ninguém que não mereça algo estará na frente
de vosso guia espiritual incorporado em vós,
pois se Deus o guiou até lá, existem razões,
motivos que para vós pode ser desconhecido e
o é. Não é de vosso mérito julgar aqueles que
na vossa frente está buscando auxilio, pois são
o que são médiuns umbandistas: medianeiros
das vontades divinas e dos atos dos
manifestadores dos mistérios divinos ou
mistérios da natureza, que são vossos guias,
sois importantes médiuns umbandistas, mas
sois o fim de uma corrente única e iniciada em
Vosso Criador Olorum e que passa por vários
níveis até chegar ao denso de vossa matéria
física, antes de ir para seu centro ou templo
Umbandista, tudo já esta pronto no etérico, ou
seja, no lado espiritual do centro, mas vós sois
os executores finais desse processo Divino
que auxilia o próximo e por isso vos digo:
Vista a Vestimenta da Paz e do Amor
Divino junto com o branco de suas roupas
sagradas e se destrave dos desastres
emocionais à vossa volta, sois instrumentos,
sois parte de um Todo de uma engrenagem
Divina e não sois ilimitados em tudo, mas
vossa Umbanda e Vossos Orixás o são!
Mensagem recebida por Rafael Martins Marcondes pelo
Sr. Ogum Sete Espadas

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A Umbanda não tem Nação!



Esta afirmação pode parecer estranha, mas vou explicar.
Dentro da realidade que vivo na Umbanda, recebo muitas vezes a
pergunta: qual a nação do seu terreiro/casa/templo/Ilê/etc.?
E eu respondo sempre: portuguesa. Pois foi aqui, em Portugal, que ele
nasceu. Claro que eu entendo a pergunta. Respondo assim para ver
qual a reação das pessoas e para depois poder explicar. E,
normalmente, a reação não é nem um pouco favorável. É do gênero:
“Você deve estar a brincar!”, “Estou vendo que você não entende
nada de Umbanda!” e por aí fora. Não é segredo para ninguém que a
Umbanda é de nacionalidade brasileira, como também não o é que o
espiritismo é francês, a igreja apostólica é italiana, ou melhor, romana,
o budismo indiano, etc. Mas o que eu explico é que a Umbanda não é
culto de nação, por isso ela não tem nação.
Claro que tem, respondem-me uns até um tanto ofendidos. E eu volto
a dizer que não. E isso não quer dizer que tenho algo contra o culto de
nação, pelo contrário, respeito-os muito. O que eu quero é apenas
esclarecer um pouco da confusão existente. A Umbanda pode ter, e
até tem, influências de vários cultos de raízes afros, mas não tem e
não é culto de nação. Esta confusão é bastante comum, e eu entendo
bem isso, mas quando eu pergunto: você sabe quem fundou a
Umbanda? Você conhece a sua história?
A resposta é sempre afirmativa. Então eu pergunto: E qual é, ou era a nação de Pai Zélio
de Morais? Ou da Tenda N. S. da Piedade?
A resposta é um silêncio. É um silêncio, porque não tem! Umbanda é Umbanda, culto de
nação é culto de nação e ponto. Um Terreiro de Umbanda pode ou não ter uma ação mais
africanista do que outro e isso não quer dizer que estão escurecendo ou branqueando a
Umbanda. Estão-se utilizando de métodos, de outras influências que, dentro do cosmos
universalista da Umbanda, se adaptam e até se encaixam. Porém, se a Umbanda recebeu
influências de cultos afros, ela também recebeu de cultos europeus e americanos.
Essas influências não podem ser consideradas como uma qualificação do culto, porque
senão teríamos Umbanda de Angola, Umbanda de Kêto, Umbanda de Gêge, Umbanda da
França, da Itália, do Brasil, de Portugal, indígena, etc.
A Umbanda tem uma nacionalidade, brasileira, porque nasceu ou foi fundada em solo
brasileiro, mas tal como outras religiões e filosofias, popularizou-se, difundiu-se, espalhou-se e
hoje está no mundo, é universal e, como tal, adapta-se ao meio e condições onde se manifesta,
sem profanar ou distorcer as suas raízes.
Assim, afirmo e repito: a nação do meu terreiro é portuguesa, porque nasceu aqui, em
Portugal, tal como existem terreiros franceses, americanos, suíços, brasileiros, etc. E continuo
afirmando, sem a intenção de querer ofender ninguém, mas esclarecer e desabafar: a Umbanda
não tem Nação! Da mesma maneira que não tem linha ou cor. Porque é que eu digo isto? Porque
as pessoas me perguntam: a sua Umbanda é de linha branca?Tal como a pergunta da nação, eu entendo o que querem dizer. Estão perguntando se a
minha Umbanda só faz o bem. A Umbanda não pratica nem pode praticar o mal, senão deixa de
ser Umbanda para ser outra coisa qualquer. A Umbanda está para nos auxiliar nas nossas
aflições, está para nos ensinar, nos mostrar um caminho, nos fazer crescer, melhorar, nos
conhecer. A Umbanda não é de linha branca, preta ou vermelha, a mais pesada de todas,
segundo algumas pessoas!
Bom, deve ser porque a cor vermelha está associada à Justiça e
à Lei Maior e, quando ela cobra as nossas faltas, deve ser um bocado
“pesado”. A Umbanda tem sete linhas, tem sete luzes, tem cores; a
Umbanda tem muito amor, muita paz, alegria, muita felicidade.
Por isso, volto a afirmar: a Umbanda não é de linha branca,
preta, verde ou vermelha; a Umbanda não é de Angola, não é de Kêto, não é de Nagô, não é de
Gêge. A Umbanda é de todas as cores, de todas as raças, de todos os povos.
A Umbanda só é Umbanda quando está no coração, essa sim, a verdadeira nação
umbandista.
Fonte:Jornal de Umbanda São Paulo, 01 de Dezembro de 2010
Por: Heldney Cals
País: Portugal

sábado, 6 de agosto de 2011

O “Passe Espírita” e o “Passe Umbandista”


Por Alexandre Cumino
“A um médium é solicitado que conheça o mínimo indispensável para que possa realizar as práticas de Umbanda e seus rituais. Também é exigido que estude um pouco, porque só assim, entenderá tudo o que acontece dentro de um templo de Umbanda durante a realização das giras de trabalho.” Rubens Saraceni1
A palavra “passe” tem origem no Espiritismo, codificado por Allan Kardec, e traz a idéia de “passar” ou “transmitir” algo a alguém. A doutrina codificada por Kardec tem base cristã e encontra no Evangelho as muitas passagens em que Jesus cura as pessoas e “expulsa” espíritos indesejados por meio da imposição de mãos. Algo que vamos encontrar em muitas outras culturas como a egípcia, a grega, a celta, a chinesa, a indiana ou em tradições indígenas e xamãnicas. Estudiosos do passado e do presente se debruçam sobre os fundamentos científicos das técnicas de “passe magnético”, desde Hermes Trimegistro, Fo-Hi, Asclépio, Pitágoras, Hipócrates, Paracelso, Van Helmont, Mesmer, Du Potet e outros.
Na obra de Allan Kardec vamos encontrar (A Gênese, Cap. XIV, 1:14, 15 e 18) a descrição dos “Fluidos” e sua manipulação:
Os Espíritos atuam sobre os fluidos espirituais, não os manipulando como os homens manipulam os gases, mas por meio do pensamento e da vontade. O pensamento e a vontade são para os Espíritos o que a mão é para os homens...
Pode-se dizer, sem receio de errar, que há nesses fluidos, ondas e raios de pensamentos, que se cruzam sem se confundirem, como há no ar ondas e raios sonoros...
O pensamento do encarnado atua sobre os fluidos espirituais como o dos desencarnados; transmite-se de Espírito a Espírito pelo mesmo veículo, e, conforme sua boa ou má qualidade, saneia ou vicia os fluidos circundantes...
No “Passe Espírita” o médium manipula estes fluidos por meio de técnicas que foram se desenvolvendo com o tempo. Aqui no Brasil devemos, principalmente, a Bezerra de Menezes e Edgard Armond, o método já consagrado e largamente utilizado em boa parte dos “Centros Espíritas”. A padronização dos passes e outras práticas doutrinárias... foram providências adotadas na Federação Espírita dos Estado de São Paulo para efetivar a unidade das práticas espíritas, assunto de alta relevância, levado ao Congresso de Unificação realizado em 1947 nesta Capital. Estas são as palavras que “prefaciam” o título Passes e Radiações: Métodos Espíritas de Cura de autoria de Edgard Armond, 1950. Podemos dizer que o conteúdo deste livro norteou e norteia até hoje o método e técnicas utilizadas no Espiritismo Brasileiro, em que o “Passe Magnético” subdivide-se por categorias como P1, P2, P3, P4. Além do Passe de Limpeza e da Auto Cura. A realização destes passes é feita por qualquer pessoa de boa vontade que tenha estudado o método, para algumas situações, no entanto é necessário certa sensibilidade ou Don mediúnico. A maioria dos métodos é explicada por uma corrente de energia/magnetismo e fluidos que estabelecem um circuito de forças entre “operador passista” e consulente (assistido). Dentro do processo são definidos alguns conceitos como a polaridade das mãos (direita = positiva,esquerda = negativa) e os centros de força, denominados de chacras por influência oriental, assim como a importância de um conhecimento básico sobre a fisiologia do corpo material e espiritual.
“Quando o Espírito é de elevada categoria, possui grande poder curativo, muito diferente e muito melhor que o que possui o magnetizador encarnado.” Edgard Armond2
O “Passe Umbandista” não é apenas um “passe magnético” ou material e sim um “Passe Espiritual”, aplicado por um espírito. Assim como Edgard Armond classificou diferentes métodos de aplicação do Passe Magnético para diferentes necessidades, também os espíritos que se manifestam na Umbanda aplicam métodos variados de acordo com a necessidade de cada consulente, dentro dos variados recursos que cada espírito guia entidade/mentor, possui. Sem esquecer que cada um recebe na medida de seu merecimento e afinidade, podendo um encarnado bloquear uma ação positiva direcionada a ele mesmo como conseqüência de sua postura mental. Pois muitos merecem, mas não estão abertos emocionalmente ou psicologicamente para receber o que a espiritualidade lhe oferece, por vários motivos como descrença, irritação, mentalidade critica e posturas interesseiras desfocadas de um objetivo espiritual.
O “Passe Umbandista”, para além de “Passe Espiritual”, pode ser definido como a aplicação de um conjunto de técnicas mágico-religiosas, além de explorar todos os recursos possíveis de imposição de mãos, utiliza elementos e técnicas variadas e até inusitadas.
“Porém, enquanto nos centros espíritas usa-se o passe magnético, nos centros de Umbanda também se recorre aos passes energéticos, quando são usados diversos materiais (fumo, água, ervas, pedras ou colares, etc.) que descarregam os acúmulos negativos alojados nesses campos eletro-magnéticos... Nem sempre o que parece folclore ou exibicionismo realmente o é. Se os mentores dos médiuns de Umbanda exigem determinados colares de pedras, eles sabem para que servem e dominam seu magnetismo, assim como as energias minerais cristalinas irradiadas pelas pedras. Ervas e fumo, quando potencializadas com energias etéreas pelos mentores, também se tornam poderosos limpadores de campos eletromagnéticos.”3
A finalidade é de alcançar maior êxito de acordo com as necessidades, o merecimento e os recursos disponíveis. Cada entidade tem a liberdade de aplicar a técnica que lhe aprouver, desde que dentro dos limites de ética, bom senso e respeito. Embora haja um conjunto de métodos e recursos característicos da Umbanda. Muitas entidades, em especial os pretos velhos, por exemplo, realizam o benzimento, que se distingue do “Passe Magnético”, por empregar uma ação mais relacionada ao poder do verbo, elementos e simbologia, considerada “Magia Popular”. Também é possível identificar métodos complexos de Magia Riscada (Magia de Pemba), abrindo espaços mágicos (Pontos Riscados) que muitas vezes lembram Mandalas do Hinduismo ou mesmo Fórmulas Cabalisticas da Real Arte Simbólica e Mística Hebraica entre outras práticas de Ocultismo e Hermetismo. Entre os elementos mais utilizados podemos identificar velas, água, óleo, pedras, essências, fumo, ervas, tecidos, ponteiros e a citada pemba (giz utilizado para traçar símbolos), dentro de um ambiente de terreiro, mágico-religioso por natureza. Nos métodos se observam rezas, orações, preces, evocações, invocações, determinações e fórmulas mágico-religiosas associadas a banhos, defumações, oferendas e outros.
Todos estes recursos estão mais ou menos associados ao “Passe Umbandista”, no qual se cria um ambiente de Som, Cores, Aromas e Luzes, capaz de inebriar de forma positiva todos os cinco sentidos do consulente a fim de conduzi-lo a certo estado de consciência desejado.
Durante o “Passe Umbandista” observamos a entidade espiritual fazer a imposição de mãos, segurar velas direcionadas aos chakras ou traçando movimentos no ar, colocam colares (guias) no pescoço do consulente ou o colocam dentro da mesma em circulo no chão. Atiram ponteiros em pontos riscados, fazem gestos rituais e movimentos com os pés e mãos que nos faz crer na “Magia Gestual”. Em meio a tantos recursos, que nos encantam e fascinam, nos chama a atenção, em especial, o estalar de dedos, bem característico em quase todas as linhas de trabalho. Muitas pesquisas e especulações já foram realizadas sobre esta prática, entre elas são identificadas as energias que existem na ponta de cada um dos dedos da mão, que são pequenos chakras ou vórtices de energia (“chacrinhas”), e, o “choque” vibratório desencadeado no ar quando o dedo médio estala sobre a região da mão chamada de “monte de Vênus”, causando vibração astral e sonora o que desperta certa energia dentro do campo em que está atuando. Este “Estalar de Energias” pode assumir contextos vaiados de acordo com o que esteja associado, por meio do pensamento ou movimentos. Além deste contexto pode-se usar o estalar de dedos como um simples gesto de descarregar as energias absorvidas pelas palmas das mãos. Um caboclo ou outro espírito guia eleva sua mão ao alto (ou ao lado) buscando certa energia que será irradiada ao consulente, num movimento rápido, ao mesmo tempo em que transmite esta energia positiva, retira os eflúvios negativos e os “descarrega” com um estalar de dedos. Os movimentos longitudinais, transversais e circulares também foram descritos na obra de Edgard Armond, em que: Os passes longitudinais movimentam os fluidos, os transversais os dispersam e os circulares e as imposições de mãos os concentram, o mesmo sucedendo com o sopro quente. Este último merecendo ainda um estudo à parte.
No entanto pode-se associar procedimentos mais ou menos magísticos com os mesmos, ou seja, a relação entre estalos e números com o poder de realização que cada um deles possui, aplicando-se seqüências de estalos que podem variar, por exemplo, de 2x3,3x3,4x3 ou ainda estalos que desenham formas geométricas no ar. Lembrando que a aplicação de símbolos associados a idéias e intenções, com suas respectivas invocações é a mais explicita “magia simbólica”, encontrada nas mais variadas culturas. Assim seqüências de estalos “desenham” no ar, cruzes, estrelas e círculos; firmando ou estabelecendo pontos e espaços vibratórios, aos quais podem ter função nesta realidade ou abrir portais para outras realidades.
Muito mais poderíamos escrever sobre o “Passe Umbandista” e seus recursos, no entanto não pretendemos em um único artigo esgotar o que é inesgotável. Fica aqui um comentário final sobre a importância do estudo, não para complicar o que é realizado de forma tão simples por nossos guias de Umbanda, mas com a finalidade de compreendermos o que eles realizam, com a consciência de que eles sim estudam e estudaram muito para realizar este trabalho espiritual. Não estudamos por um movimento do Ego ou para substituir a presença dos mesmos, mas para lhes oferecer maiores recursos psíquicos, espirituais e materiais. Estudamos para ver o quanto somos ainda “neófitos” (aprendizes) nesta senda, em que Caboclo (a), Preto Velho (a), Baiano (a), Boiadeiro (a), Marinheiro (a), Cigano (a), Exu e Pomba Gira são nossos Mestres.

1 Rubens Saraceni. Código de Umbanda. São Paulo: Ed. Madras, 2006. P.79
2 Edgard Armond. Passes e Radiações: Métodos Espíritas de Cura. São Paulo: Ed. Aliança, 1997. P. 85
3 Rubens Saraceni. Código de Umbanda. São Paulo: Ed. Madras, 2006. P. 101
Fonte:Jornal de Umbanda São Paulo, 15 de Novembro de 2010. Edição: 01