O uso de adereços como colares guias, talismãs e pulseiras é tão antigo, que não se tem uma
data certa de quando essa prática iniciou. O que pode-se constatar, é que eles sempre tiveram um
significado muito amplo por entre as culturas.
Para algumas tribos esses adornos protegiam de ataques de animais, de influências negativas
vindas de outros mundos e de inimigos de tribos rivais.
Dentes, unhas, maços de cabelos...
Os primeiros colares não eram confeccionados com miçangas coloridas e polidas como as guias
de hoje. Alguns elementos eram bem diferentes.
componentes das vovós da guia.
Ainda hoje, algumas guias são confeccionadas com dentes de animais. Já os maços de cabelo
Representação atual
O uso da guias – principalmente pra quem usa uma grande quantidade – chama a atenção. É
comum a associação desses objetos à “macumbaria”. Forma pejorativa de se referir aos cultos
afro-brasileiros.
No livro Formulário de Consagrações Umbandistas, Pai Rubens Saraceni destaca que não há
nada de excepcional, incomum ou fetichista no fato de médiuns umbandistas usarem as guias para
proteção espiritual.
E ainda pontua “irmãos (ãs) umbandistas, não se sintam constrangidos (as) por usarem em público
colares ou “guias”, pois não é em nada diferente do que todo mundo faz”.
No livro ele também descreve a relação que reis, rainhas, imperadores dentre outras figuras
tinham com esses adereços. Nessa associação, cita o uso dos rosários pelos padres, que utilizam
esse elemento também como forma de proteção.
Tanto os indivíduos pertencentes as tribos, as religiões atuais e hoje mais precisamente o
umbandista, pretendem ao usar as guias e tantos outros elementos, é se proteger contra
influências externas.
Mas, em casa uma dessas crenças as fundamentações se diferem, surgindo em cada uma, um
sentido.
“A Umbanda tem fundamento é preciso preparar”. Nunca essa frase fez tanto sentido como
quando falamos sobre rituais consagratórios umbandistas.
A Umbanda tem os seus próprios ritos consagratórios. Que trabalham dentro da egrégora da
religião e que dispensam a réplica à ritos de outras crenças.
Colares Guias – Poder Magístico
As guias são imbuídas de fundamentos mágicos. Como dito, a Umbanda possui os seus
próprios fundamentos, mas esse assunto ainda é alvo de confusão pelos próprios fiéis.
Algumas pessoas se apegam a fundamentos do Candomblé ou de outras denominações e deixam
de lado o estudo magístico genuinamente umbandista.
E ainda, existem os que usam lindos colares, das mais variadas cores e formas. Mas quando
perguntado pelo significado deles, a resposta é vaga ou realmente não existe.
Rubens Saraceni fala sobre isso também no livro Formulário de Consagrações Umbandistas.
Como elas são?
As guias são feitas normalmente com miçangas, louça, cristal, contas de rosário, sementes como
as popularmente chamadas olho de boi e olho de cabra, búzios, pingentes de aço, coquinho e etc.
Algumas pessoas usam o nylon e outras o cordonê para transpassar os adereços. Essa escolha
será defina pela própria pessoa ou pela orientação do guia ou sacerdote.
Qual o objetivo?
São condensadores de energia dos guias da lei. Mas o que isso significa? Significa que elas
absorvem os acúmulos negativos dos campos eletromagnéticos, protegendo os médiuns contra
influências ruins durante o trabalho.
A guia assimila cargas negativas e não deixa que elas atinjam o médium incorporado. Ela também
pode ser usada no dia-a-dia como um pára-raio de energias pesadas. Energias estas, das
quais ninguém está imune do contato diário (a não ser que você esteja sozinho em um retiro no
alto de uma montanha, mas se isso fosse verdade você nem estaria lendo esse artigo).
Confecção
Na Umbanda as guias são confeccionadas após o pedido de alguma entidade ou até mesmo o
sacerdote, que irá dar a orientação correta sobre suas características e finalidade – contra quais
influências – ela precisa trabalhar.
Pode acontecer também, da pessoa intuir ou sentir a necessidade de montar uma guia. Então ela
pode levar isso a espiritualidade buscando sempre a orientação correta.
Cuidados
As guias precisam ser descarregadas, que nada mais é do que purificá-la das energias negativas
acumuladas durante os trabalhos. A periodicidade desse rito será a entidade que irá definir e
quando isso acontecer o médium precisa realizar os procedimentos de limpeza da guia.
As Guias
*devem ser cuidadas com respeito e carinho
*passar por defumação no início do trabalho
*deve ser usada por médiuns mais experientes, bem preparados ou quando pedidas pelas
entidades.
fonte:Umbanda EAD