domingo, 25 de dezembro de 2011

Feliz Natal!


Quisera, senhor, neste Natal,
Armar uma árvore dentro do meu coração
E nela pendurar, em vez de presentes,
Os nomes de todos os meus amigos!
Os amigos de longe e de perto
Os antigos e os recentes
Os que vejo a cada dia
E os que raramente encontro.
Os sempre lembrados
E os que, às vezes, ficam esquecidos.
Os constantes e intermitentes,
Os das horas difíceis e os das alegres.
Os que, sem querer, eu magoei
Ou, sem querer, me magoaram.
Aqueles a quem conheço profundamente
E aqueles de quem me são conhecidas
A não ser as aparências.
Os que pouco me devem
E aqueles a quem muito devo.
Meus amigos jovens e os meu amigos velhinhos.
Amigos homens feitos e as crianças, minhas amiguinhas.
Meus amigos humildes
E meus amigos importantes.
Os nomes de todos que já passaram pela minha vida.
Os que me admiram e me estimam sem eu saber
E os que eu amo e estimo sem lhes dar a entender.
Quisera, Senhor, neste Natal,
Armar uma árvore de raízes muito profundas
Para que os seus nomes nunca mais
Sejam arrancados da minha vida.
Uma árvore de ramos muito extensos
Para que novos nomes, vindos de todas as partes,
Venham juntar-se aos já existentes.
Uma árvore de sombra muito agradável
Para que nossa amizade seja um momento
De repouso no meio das lutas da vida.
Que o Natal lhe proporcione momentos de paz e que a prosperidade, diariamente, faça parte de sua vida.
Feliz Natal e um fraterno e próspero 2012!

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

A PALAVRA DE ORDEM É: PERDOAR

Quase sempre quando nos sentimos injuriados, nossa tendência é aumentar o fato que nos desagradou. Se fomos ofendidos por esse ou aquele motivo, quase sempre encapsulamos o desejo de desforra e mantemos o "link" mental com as forças poderosas das trevas, que somadas a outras tantas potencializam as sombras de nossos desagravos.

Diante disto , predominam os núcleos formados pelo egoísmo e pelas paixões primitivas, porque nossos corações são duros e cremos que estamos sempre com razão. E quanto mais arraigados nesta certeza, mais esforço será necessário para que despertemos para a real necessidade do perdão. Mister tentemos entender o que ocasionou a ofensa. Por vezes, fomos nós mesmos os promotores dela, por algo que tenhamos dito ou feito.

Há casos e casos. A indignação é sentimento que, às vezes, se torna necessário diante da atitude descabida de alguém. Tal atitude não deve assumir, porém, o caráter da agressão nem do revide, devendo , sem dúvida, ser manifestada para que o outro perceba as conseqüências de seus atos. Contudo, em várias ocasiões , por gostar muito de alguém , relevamos suas atitudes inadequadas para conosco e com outros, confundindo os sentimentos e perdoando quando caberia a repreensão e advertência obrigatória.

Até porque perdão não significa conivência com o erro. O bom senso sussurra que atitudes como essas, isto é, perdoar e desculpar sem limites, incita o outro à prática do mesmo ato reprovável. Isto não é amor, mas, subserviência ou omissão.

Perdoar coisas leves contra nós mesmos é relativamente fácil, porém quando se trata de algo mais sério como um assassinato, um estupro, uma infidelidade conjugal por exemplo, a dificuldade de superação da mágoa aumenta consideravelmente. Por isso que a Doutrina Espírita leva refletir, que o perdão será sempre o sentimento que nas superações pessoais transcendem ao próprio ser.

Devemos dar o direito de a pessoa ser agressiva, mas não nos dar o direito de revidar a agressão. A raiva é semelhante a um raio. Pode provocar danos graves. É inesperada. Mas o rancor é calculado. É necessário que aprendamos a colocar um pára-raios e evitemos os tóxicos deste sentimento negativo. No entanto, esquecer ofensa depende da nossa memória. Muita coisa queremos esquecer e simplesmente não esquecemos. Sentimos o impacto e não temos como evitar a raiva, é fisiológico, reagimos no momento. Mas conservar a mágoa é da minha vontade. Se eu conservar a mágoa tenho um transtorno psicológico, sou masoquista, gosto de sofrer. Como seres emocionais sentimos o impacto da agressão, mas não devemos nos revoltarmos, e trabalhemos para esquecer.

Perdoar não é esquecer por esquecer. É compreender e colocar-nos no lugar do outro. O esquecimento somente vem quando a memória se encarrega de diluir a impressão negativa, o que demanda tempo, reflexão e auto-superação. São claras as palavras de Jesus no evangelho de Mateus: "Ouvistes que foi dito: Amarás ao teu próximo, e odiarás ao teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai aos vossos inimigos, e orai pelos que vos perseguem e caluniam; ". Jesus trata de uma das mais complexas dificuldades do ser humano: perdoar a quem nos ofende.

Desenvolvemos muitas doenças por que não conseguimos perdoar, isto é, cristalizamos nas mágoas os processos de vindita através das idéias obsessivas, cujas causas deslocam-se do campo íntimo em desarmonia exteriorizando-se no somático. Em verdade os estados mentais enfermos serão invariavelmente refletidos no corpo físico através de variada sintomatologia seja no ódio, no rancor, resultando, por via de conseqüência, em nossa prisão a influências inferiores, engendrando uma cadeia mórbida de patologias devastadoras.

O espírito de Manoel P. Miranda diz que " o ódio é fruto do egoísmo, do personalismo magoado, e Kardec comenta no Evangelho segundo o Espiritismo que "O ódio e o rancor denotam uma alma sem elevação e sem grandeza. O esquecimento das ofensas é próprio da alma elevada, que paira acima do mal que lhes quiseram fazer. "

Pesquisas modernas indicam que o ato de perdoar pode aplacar a tensão, reduzir a pressão sanguínea e diminuir a taxa de batimentos cardíacos. Perdoar, portanto, não é somente uma questão de conquista emocional e espiritual, é também uma questão de saúde. O Evangelista Mateus narra a passagem em que Jesus disse: "Se contra vós pecou vosso irmão, ide fazer-lhe sentir a falta em particular, a sós com ele; se vos atender, tereis ganho o vosso irmão. Então, aproximando-se dele, disse-lhe Pedro: 'Senhor, quantas vezes perdoarei a meu irmão, quando houver pecado contra mim? Até sete vezes?' - Respondeu-lhe Jesus: 'Não vos digo que perdoeis até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes".

Não resta dúvida que aprendendo a perdoar, estaremos promovendo nosso crescimento espiritual. A condição do verdadeiro perdão é o esquecimento. Mas não podemos deixar-nos encharcar de hipocrisia ao ponto de dizermos que já conseguimos isso com todos os que nos ofendem.

É certo que para nossas aparências sociais "o perdão significa renunciar à vingança, sem que o ofendido precise olvidar plenamente a falta do seu irmão; entretanto, para o Espírito Evangelizado, perdão e esquecimento devem caminhar juntos embora prevaleça para todos os instantes da existência a necessidade de oração e vigilância. Aliás, a própria lei da reencarnação nos ensina que só o esquecimento do passado pode preparar a alvorada de redenção".

O Evangelho Segundo o Espiritismo no capítulo X dá a dimensão do perdão, na sua forma mais simples e mais agradável a Deus, levando-nos a refletir nas palavras do Mestre registradas por Mateus entre as Bem-Aventuranças:  "Se perdoares aos homens as faltas que cometeram contra vós, também vosso Pai celestial vos perdoará os pecados; mas, si não perdoardes aos homens quando vos tenham ofendido, vosso Pai celestial também não vos perdoará os pecados".  Jesus, aconselhou amar os nossos inimigos no enfoque de não devolver com a mesma moeda aquilo que nos foi desferido. Oferecendo, porém, a outra face, a face do bem, pois assim cortar-se-ia pela raiz os sentimentos de vingança.

Cabe aqui um registro de grande importância é o exercício do perdão na intimidade familiar. Não podemos perder de vista a suprema necessidade do perdão em família. Precisamos muito mais do perdão, dentro de casa, que na ribalta social, e muito mais de apoio recíproco no ambiente em que somos chamados a servir, que nas veredas ruidosa do mundo. E se Jesus nos ensinou perdoar setenta vezes sete aos nossos inimigos, quantas vezes deveremos perdoar aos amigos (familiares) que nos entretecem a alegria de viver dentro do ambiente doméstico?

Portanto, aconteça-nos o que acontecer, não cedamos, nunca, a pensamentos de rancor e de vingança; isto poria em ação forças destrutivas que, mais cedo ou mais tarde, reagiriam contra nós mesmos. Certamente, os agravos que nos façam não ficarão impunes, mas deixemos a cargo do Criador a justa correção.

(Artigo gentilmente cedido por Jorge Luiz Hessen)

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

POR QUE DEVEMOS ESTUDAR A UMBANDA?


Sabemos que cada terreiro de Umbanda tem seus fundamentos, sua direção, sua liderança, seus princípios, sua história e suas particularidades tanto quanto nos rituais de culto quanto nas doutrinas professadas. Sabemos também que não existe uma doutrina única da Umbanda, mas podemos afirmar que ela tem suas raízes fundamentadas nos cultos de nação, indígena, espírita e cristão, abrindo assim um leque de diversidades onde se justificam todas essas diferenças. Então, devemos começar por respeitar essas diferenças, pois para entendermos essas particularidades se faz necessário um estudo detalhado das origens de cada casa. Hoje com o avanço da ciência e da tecnologia, o homem mudou muito seus conceitos em relação ao mundo onde vive, sobre si mesmo e o sobrenatural. Podemos ao simples toque de uma tecla, acessar vários materiais divulgados nos diversos meios de mídias, onde vemos cada vez mais exposto as particularidades de cada terreiro. A facilidade a esse conteúdo, muita das vezes, faz com que um terreiro acabe, mesmo que subjetivamente, influenciando um ao outro, havendo assim uma troca de experiências e de conhecimentos, o que de certo modo vem sendo muito importante para o crescimento da Umbanda. Esse diálogo através da mídia vem se fundamentando cada vez mais, tornando-se raros os grupos que se fecham não procurando estudar e aprender com essas diversidades. Acreditamos que através desse diálogo e de um debate aberto, se possa chegar a um consenso quanto a Doutrina da Umbanda e o respeito mútuo entre seus praticantes. Os dirigentes de terreiros, que ainda não o fazem, deveriam começar a dar a devida importância também aos estudos doutrinários, para que o novo adepto tenha uma base sólida e bem desenvolvida, assim ele próprio poderá discernir quanto o que é "certo" e o dito ”errado”. Sem esse estudo, o adepto ficará sem fundamentos, sem bases, o que alimentará ainda mais a ignorância e discórdia entre os umbandistas. Em muitos terreiros ainda não existe um estudo teórico e fundamentado da religião. O que impera, infelizmente, é que este estudo é desnecessário e que devemos apenas seguir as orientações recebidas dentro do terreiro, essas que em sua maioria são somente práticas, onde o adepto aprende através da vivência e da observação no dia-a-dia de seus trabalhos na casa, ou conversando e tirando suas dúvidas com os outros filhos do terreiro. Não se permite também, de forma alguma, que um médium visite outro terreiro, justificado muita das vezes, pelo dirigente, pelas demandas que enfrentarão. Assim vemos muitos terreiros ainda fechados a preceitos antigos. Deixamos claro aqui que até concordamos em parte com essa proibição, quando é pela falta de preparo do médium e/ou por ele ainda está em fase de desenvolvimento. Por isso se faz necessário o estudo aprofundado da Doutrina Umbandista, não como imposição, mas como um diálogo aberto. O adepto deve sim seguir as orientações da casa, seus fundamentos, mas nada impede que ele como forma de estudo pesquise todas as correntes, suas literaturas e rituais. Essa pesquisa deve ser vista como forma de enriquecimento do saber, o que certamente servirá para agregar valores aos fundamentos do médium e da própria casa. Vemos, na maioria das vezes, a Umbanda sendo abordada em debates por dois aspectos: Razão e Emoção. Quando é abordada pela Emoção utilizam-se a fé e a afinidade de pensamentos, se fechando assim à outras abordagens e explicações tanto para os fenômenos quanto para os rituais. Por outro lado quando ela é abordada pela Razão se utilizam somente do conceito lógico e científico para buscar essas explicações. As duas formas são necessárias, mas se levadas ao extremo podem acarretar grandes problemas. Por exemplo: quando nos deixamos levar somente pela Emoção, agimos de forma cega e não admitimos ser contrariados, nos fechando a um fundamento e isto é suficiente. O grande perigo é a proliferação do fanatismo religioso, onde pela ignorância podemos ser levados ao erro, e só fazemos isso ou aquilo quando o dirigente ou o mentor da casa disser para fazer. Em prática, isso nos leva ao ostracismo, a obtusação e a nos tornar marionetes ou meros fantoches nas mãos de pretensos sábios e donos da verdade. Mas também pode ser muito perigoso agirmos somente com a Razão, levando em consideração somente a lógica, o pensamento científico e a pesquisa aprofundada na busca de uma explicação dos assuntos, pois levada ao extremo, nos tornará materialistas e pretensos donos da verdade. É preciso então, procurar um ponto de equilíbrio entre ambas, Razão e Emoção, sempre buscando, com bom senso, as explicações e fundamentos com a cabeça aberta ao diálogo e ao novo. A Doutrina da Umbanda deve ser baseada nesse equilíbrio, facilitando o conhecimento dos temas abordados e solidificando a cada dia seus fundamentos. Não devemos estudar a Umbanda sem levar em consideração todas as suas raízes, nos limitando somente a prática da incorporação mediúnica, muito menos perder tempo discutindo os rituais utilizados por este ou aquele terreiro. Devemos deixar esta questão para outro estagio e nos aprofundarmos nas suas origens para assim construirmos convicções sólidas baseadas na verdade, no amor e na caridade, pois só assim veremos os rituais se modificando por si próprios.

FONTE:TEDES - APOSTILA DE ESTUDO / UMBANDA –CONCEITOS BÁSICOS