Por Rubens Saraceni
Há muitos anos atrás Pai Benedito de Aruanda, em um dos livros psicografados por mim,
revelou-nos isso: “De cada 100 crianças que nascem 30 delas já trazem alguma faculdade
mediúnica (ou várias) já madura, e que precisarão ser orientadas corretamente para colocá-la a
serviço dos seus semelhantes”.
As faculdades mediúnicas mais ostensivas são as de incorporação, de clarividência, de
intuição e de sensitividade, que também são as mais difíceis de dominar, porque, se não forem
devidamente colocadas sob o controle consciente dos seus possuidores acabarão prejudicando-os e
atrapalhando-os em vários aspectos de suas vidas, e mesmo, segregando-os do seio de suas
famílias, sendo que muitos se tornam frequentadores de consultórios médicos (psicólogos,
psiquiatras, neurologistas, etc) ou dependentes de drogas e bebidas ainda na juventude porque se
sentem diferentes das outras crianças ou dos outros jovens.
Faculdade mediúnica fora de controle em uma criança, em um jovem ou adulto torna-
o
infeliz, perturbado espiritualmente e desequilibrando psicologicamente, atrapalhando seu
desempenho no estudo e no trabalho, podendo, em muitos casos, levar a pessoa à perda da razão e
da capacidade
de separar o lado espiritual de sua vida do lado material. Não são poucos os relatos
na literatura espírita de pessoas que foram internadas como “loucas” ou “desajustadas”. Não que
existam casos como esse devido a desequilíbrios bioquímicos e psicológicos, esses últimos, devido
a má formação e má orientação quando na mais tenra idade (de 1 a 7 anos de idade).
Sobre isso há farta literatura, tanto espírita quanto médica e só me servi do muito que já li
sobre o assunto.
Pois bem, baseado no que eu já sabia e na informação de Pai Benedito de que 30% da
população possui alguma faculdade
mediúnica já amadurecida em vidas passadas e no período em
que o espírito viveu no astral, há cerca de 15 anos comecei a estimular os dirigentes de Umbanda a
abrirem seus centros em um dia específico só para acolherem essas pessoas com faculdades
mediúnicas ostensivas para orientá-las e auxiliá-las no domínio consciente delas, e também ajudálas
a incorporar a mediunidade religiosamente às suas vidas, como um dom do espírito que deve ser
colocado a serviço do próximo de forma correta para, aí sim, essas pessoas estarem sendo úteis
com algo que possuem ou que demorou muito tempo para adquirirem: o dom mediúnico.
Isso ensinei, ensino, sempre ensinarei e sempre lembrarei aos dirigentes dos centros de
Umbanda que uma semana tem 7 dias e que podem usar um dia só para o estudo da Umbanda e do
desenvolvimento mediúnico das pessoas, principalmente dos que tem a faculdade de incorporar os
espíritos.
Eu me baseei no que é feito regularmente
no espiritismo e em muitos centros de
Umbanda, onde o desenvolvimento da faculdade de incorporar espíritos é feito em dias específicos,
quando o centro não recebe consulentes e suas cargas espirituais, que de alguma forma perturbam
os médiuns iniciantes, ainda vulneráveis à presença de espíritos trevosos ou sofredores que
interferem e bloqueiam suas incorporações,
deixando-os mal, com tonturas, dores de cabeça ou no
corpo, náuseas, etc.
Não inventei escolas de desenvolvimento mediúnico, apenas tenho estimulado os dirigentes
umbandistas a darem a mediunidade o mesmo valor que sempre deram a ela os nossos irmãos
espíritas com suas escolas de desenvolvimento mediúnico criadas há 150 anos pelos semeadores
do espiritismo, e tendo à frente deles Allan Kardec que, para mim, é um dos maiores luminares da
humanidade.
O desenvolvimento mediúnico organizado e bem conduzido tem o apoio da espiritualidade
superior e tanto nos centros espíritas quanto nos de Umbanda as aulas e práticas mediúnicas são
assistidas e orientadas por espíritos mentores, muitos deles ligados aos médiuns que estão
começando a desenvolver um método consciente de dominar suas faculdades e colocá-las em
ordem para que, posteriormente, possam participar com firmeza e segurança das sessões de
atendimento espiritual aos consulentes
do centro que frequentam.
Como eu já escrevi linhas atrás, não inventei as escolas de desenvolvimento mediúnico, pois
já existem no seguimento Espírita, que segue a doutrina de Allan Kardec.
Eu não inventei o desenvolvimento na Umbanda porque foi nosso querido e saudoso Pai Zelio
de Morais que fundou a Umbanda e alicerçou-a na faculdade de incorporação ao incorporar o
espírito mensageiro de Deus que, incorporado nele abriu o primeiro trabalho espiritual de Umbanda,
oficializando no plano material mais uma religião.
Eu fui beneficiário do legado deles e os reverencio sempre pelo bem que criaram e
beneficiou-me quando precisei desenvolver-me na Umbanda e fui acolhido por dirigentes que tinham
um dia à parte só para o desenvolvimento mediúnico.
Mas, como já vi e já passei por centros que desenvolvem os médiuns nos dias de
atendimento público e o guia chefe tem pouco tempo para eles, e muitos saem das giras piores do
que quando chegaram, tenho recomendado a todos os sacerdotes umbandistas que estudaram
comigo que adotem nos seus centros um dia só para o desenvolvimento
mediúnico.
Mas não tenho feito essa recomendação só aos que estudaram comigo e que abriram seus
centros.
Também tenho divulgado essa iniciativa para que no futuro, a Umbanda tenha muitos
médiuns, todos conscientes dos seus deveres com Deus e com a espiritualidade superior, mas
também equilibrados intimamente e felizes por possuírem dons espirituais e poderem colocá-los
caritativamente a serviço dos seus semelhantes.
Nos nossos centros, os médiuns iniciantes têm um dia de estudos e práticas mediúnicas só
para eles e quando já dominam conscientemente suas faculdades, aí são conduzidos ao trabalho de
atendimento ao público cambonando aos guias de trabalho, fazendo transportes, descarrego e des
obsessões, aprendendo também de forma consciente e racional toda a dinâmica de trabalho da
Umbanda.
Com o passar do tempo e após terem auxiliado os guias e aprendido o mínimo indispensável
para o exercício de sua mediunidade de incorporação, ficam auxiliando até que seus próprios guias
espirituais, incorporados neles comecem a pedir seus colares, confirmarem seus nomes e a
solicitarem ao Guia chefe que querem trabalhar no atendimento às pessoas necessitadas.
Em alguns casos é o Guia chefe, que acompanhou todo o desenvolvimento do médium que o
avisa de que ele já está pronto e que seus Guias querem trabalhar no atendimento, incorporados
nele. Alguns, mais tímidos ou inseguros relutam. Mas quando seus Guias incorporam e passam
atender as pessoas ajudando-as, todos soltam-se, se descontraem e tornam-se ótimos médiuns
umbandistas.
Em todo o período de tempo que passou desenvolvendo-se, o médium submeteu-se a uma
disciplina íntima, a uma doutrinação religiosa e espiritualizadora da sua mediunidade, integrando-se
à Umbanda e sentindo-se de fato e de direito um umbandista, orgulhoso de ser médium.
Isso fizeram por mim, isso tenho feito desde que abri meu centro em 1983 e o Guia Chefe,
devido ao grande número de pessoas na assistência com problemas devido à mediunidade, ordenou
que abríssemos uma vez por semana só para que ele pudesse assisti-las e desenvolvê-las, pois não
adiantava aplicar-lhes um passe, uma vez que eram médiuns e viviam em desequilíbrio por causa de
suas mediunidades. Só se desenvolvendo essas pessoas recuperariam seus equilíbrios.
Desde então já desenvolvi milhares de médiuns e muitos hoje dirigem seus centros, também
desenvolvendo muitos médiuns novos para a Umbanda, expandindo a nossa religião e beneficiando
outras pessoas, que, como eles, chegam desequilibradas diante dos seus Guias e estes vão logo
alertando-as com estas palavras: “Filho (a) o seu problema é de mediunidade e só desenvolvendo-a
você melhorará”!
Quantos Guias espirituais, incorporados em seus médiuns já disseram isso a algum
consulente?
Todos os Guias de Umbanda já disseram, dizem e sempre dirão isso quando se depararem
com pessoas possuidoras do dom da mediunidade de incorporação, e todos tem recomendado a
elas que só desenvolvendo-se poderão recuperar o seu equilíbrio. Isto não sou eu que estou
afirmando aqui e sim, todos os Guias espirituais que fazem essas recomendações às pessoas com
mediunidade.